O governo argentino destacou hoje a sintonia com o Brasil e o apoio da Espanha e da Venezuela para o pagamento antecipado de US$ 9,81 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o chefe de gabinete do governo, Alberto Fernández, a decisão foi praticamente simultânea com o Brasil, “colocando a região em um lugar de privilégio e que consegue cobrir suas obrigações”.

A decisão adotada pela Argentina ontem ocorre após a anunciada na terça-feira pelo Brasil, que pagará antecipadamente dívidas com o Fundo no valor de US$ 15,5 bilhões. O próprio presidente da Argentina, Néstor Kirchner, revelou que a medida foi "amplamente conversada" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto a ministra da Economia argentina, Felisa Miceli, disse que a "amparada favorável" que a decisão do Brasil recebeu foi um fator considerado pela Argentina.

O governo Kirchner pagará antes do final do ano os compromissos que tinha até 2008 através das reservas do banco central do país, que superam os US$ 26,892 bilhões. O ministro do Interior argentino, Aníbal Fernández, avaliou como fator preponderante para o pagamento a "colaboração prestada pela Espanha, apesar de não ter uma cadeira formal no FMI". Fernández também lembrou a "colaboração permanente da Venezuela", cujo governo comprou quase US$ 1 bilhão em bônus públicos argentinos nos últimos meses.