A desaprovação ao governo Lula subiu de 49% em setembro para 52% em dezembro, enquanto a aprovação caiu de 45% para 42%, segundo a pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje. A diferença contra o governo, que em setembro era de quatro pontos percentuais, passou para 10 pontos percentuais. Não sabem ou não opinaram 6% dos entrevistados.

A pesquisa também mostrou que caiu levemente a confiança no presidente da República. Em setembro, 44% confiavam em Lula, índice que caiu para 43% em dezembro. Não confiavam no presidente 51%, índice que subiu agora para 53%. Não sabem ou não opinaram 4%.

Já a avaliação do governo ficou com saldo negativo de três pontos, o mesmo índice da pesquisa de setembro. A avaliação está estável, sendo que as pessoas que consideram o governo ótimo ou bom representaram 29%, o mesmo percentual de setembro. Já o percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo ficou em 32%, também o mesmo de setembro, enquanto a avaliação regular subiu de 36% para 37%. Não sabem ou não opinaram 2%.

O governo enfrenta também uma postura mais crítica dos brasileiros em relação a áreas específicas de atuação. Em todas as sete áreas analisadas, a desaprovação superou a aprovação, fato inédito desde que o tópico foi incluído na pesquisa. Nas áreas de combate à inflação, segurança pública, saúde e educação e combate ao desemprego, o levantamento mostra piora na aprovação da atuação governamental. Pela primeira vez, a atuação do governo em saúde e educação registra saldo negativo. O percentual dos que aprovam a atuação nessas áreas caiu de 50% para 47%, enquanto os dos que desaprovam passou de 45% para 48%.

A pesquisa CNI-Ibope também mostra que aumentou a decepção da população em relação ao governo. Para 46% dos entrevistados, o governo está pior do que o esperado, pior resultado desde a posse. Em junho, o índice estava em 44%.

Na comparação entre os governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, o governo atual ainda é considerado melhor que o anterior. Para 39%, o governo Lula está melhor que o anterior, contra 43% apontados na pesquisa anterior. Mas cresceu o percentual de pessoas que consideram o governo atual pior do que o de FHC, de 27%, em setembro, para 30%, no levantamento deste mês.

Nos últimos três meses, cresceu o número de pessoas que acredita que a crise política está afetando negativamente a economia, de 40% para 48%, em dezembro. A pesquisa também mostra que quase um terço dos brasileiros afirma que uma mudança de comando no Ministério da Fazenda neste momento poderia levar a uma desestabilização econômica. Para 39% dos entrevistados, no entanto, não haveria qualquer ameaça numa eventual saída do ministro Antonio Palocci.

A pesquisa CNI-Ibope foi feita com 2.002 eleitores de 143 municípios entre os dias 3 e 7 de dezembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.

AGÊNCIA O GLOBO E CNI/IBOPE