| 08/12/2005 20h
O ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho voltou a afirmar hoje que os empréstimos ao PT e à agência de publicidade SMP&B foram atípicos, como havia dito em entrevista à revista Época. Em depoimento na CPI dos Correios, ele disse entender que os empréstimos foram feitos para não serem pagos, porque, ao longo do tempo, foram sendo renovados a cada 90 dias, sem nunca serem liquidados e sem nenhuma amortização dos juros.
Segundo Godinho, o Rural nunca fez o provisionamento dos valores que tinha a receber, apesar de as contas da SMP&B terem recursos para pagar os empréstimos. Ele enfatizou que, embora a empresa atendesse o contrato de publicidade do Banco Rural, a instituição não destinava os recursos para pagamento da agência à amortização do empréstimo.
O ex-dirigente explicou que os dados sobre os empréstimos do PT e da agência de publicidade foram retirados da versão final do relatório de controle interno e "compliance", feito semestralmente pelo banco, que fica à disposição do Banco Central por cinco anos. Ele também ratificou que depois lhe pediram que não incluísse mais essas informações no documento, mas disse não ter como provar que os dados foram retirados do relatório.
Godinho confirmou aos parlamentares que o sistema de informática que fazia análise de risco das contas encontrou indícios de lavagem de dinheiro nas contas da SMP&B. O sistema teria constatado movimentações 10 vezes acima do faturamento declarado pela empresa. Segundo ele, isso foi passado à diretoria, que tem a atribuição de relatar ou não a informação ao Banco Central (BC).
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