| 29/11/2005 16h29min
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), teve um encontro nesta tarde com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim. Segundo Izar, Jobim garantiu que amanhã será conhecido o voto do ministro Sepúlveda Pertence no Supremo a respeito do recurso do deputado José Dirceu (PT-SP) contra o parecer do Conselho de Ética, que pede a cassação do parlamentar.
Izar afirmou ainda ter solicitado ao ministro para que a decisão do plenário da Corte seja detalhada, clara e objetiva para evitar dúvidas, como ocorreu na liminar concedida pelo ministro Eros Grau a Dirceu em outubro. O presidente do Conselho de Ética entende que, se o Supremo determinar a volta do processo ao órgão, todas as demais investigações estarão prejudicadas.
– Eu pedi que a decisão do Supremo seja a mais detalhada possível, clara, objetiva, para que evitem dúvidas – afirmou Izar.
O deputado acredita que, se o STF decidir pela solução proposta pelo ministro Cezar Peluso, bastará retirar do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) o depoimento da presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, e fazer o julgamento ainda nesta amanhã. Delgado já avisou que possuí um relatório pronto para ser lido já sem o depoimento de Kátia Rebelo, o que possibilitará a votação sobre a cassação de Dirceu de qualquer maneira em plenário nesta quarta.
Porém, independentemente da decisão do Supremo, o PT tenta barrar a votação na Câmara amanhã. Izar reclama do impasse acreditando que o partido está criando uma guerra desnecessária.
Ricardo Izar disse ainda que a visita a Jobim hoje foi de cortesia, apenas para levar informações ao Supremo sobre o funcionamento do Conselho de Ética e debater teses, como o fato de o Conselho não ter poder de convocar testemunhas. Esse é um dos argumentos apontados por Izar para explicar as diferenças entre a tramitação de um processo no Conselho e no Judiciário.
– Hoje eu tinha
dois depoimentos, o de Jacinto Lamas
e o do Bispo Rodrigues, mas os dois desmarcaram – reclamou.
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