| 27/11/2005 21h48min
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios tenta votar nesta semana os relatórios parciais de sub-relatorias da CPI dos Correios, que provocam discussões entre parlamentares da oposição e da base governista. Todos os dados levantados serão incluídos no parecer geral do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
– O presidente Delcídio (Amaral, da CPI dos Correios) já decidiu que não terá mais relatório parcial. Vamos votar os dois últimos nesta semana (sobre movimentação financeira e sobre contratos) e, depois, as informações serão usadas para o relatório principal – explicou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).
Um dos relatórios parciais que mais causa dor de cabeça aos políticos é o de movimentação financeira, sob a responsabilidade do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Parlamentares da oposição e da base brigam para inserir, ou não, a existência de caixa dois em 1998 na campanha da reeleição do então governador de Minas Gerais, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que também recebeu recursos por meio de empresas de Marcos Valério.
Outro relatório parcial de sub-relatoria que deverá ser apreciado pela comissão é o de contratos, que está sob responsabilidade do deputador José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Na reunião técnica deste fim de semana, o relator adjunto da CPI, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), definiu 12 prioridades para finalizar num curto espaço de tempo.
Segundo ele, as prioridades foram definidas em relação aos pontos da investigação em que a CPI já dispõe de boa parte dos elementos. Entre os 12 pontos, pelo menos três estão relacionados com o foco determinado da CPI dos Correios: o levantamento de serviços superfaturados da rede postal noturna, desvio de recursos da rede de franquias e os contratos de bens de serviços de informática do Correio Híbrido.
Entre as prioridades que serão investigadas também aparecem os contratos de publicidade das empresas de Marcos Valério com os Correios. Segundo a CPI, existem evidências de licitação dirigida e pagamentos de serviços que não foram executados. Eduardo Paes informou ainda que será feita auditoria para descobrir o que chamou de financiamento privado do valerioduto. Ele quer saber os interesses das empresas privadas que mais depositaram nas agências de Valério como a Brasil Telecom, Usiminas e Fiat.
Outro ponto de investigação dos técnicos é o desvio de recursos financeiros do chamado valerioduto para o Exterior, o envolvimento nesta operação de corretoras como a Bonus-Banval e a Guaranhus. A CPI também vai aprofundar as investigações da chamada conexão Banco do Brasil/Visanet para saber o total de recursos repassados para a DNA e que teriam sido desviados para o PT.
Outra tarefa da CPI será fazer um dossiê sobre o chamado esquema do mensalão, recursos repassados por Valério para parlamentares. Os técnicos devem aprofundar ainda conexões e interesses dos bancos mineiros BMG e Rural. Eles também devem fazer um levantamento da publicidade pública no governo Lula, além dos contratos que Marcos Valério já tinha com o governo federal.
Por fim, a CPI quer identificar o funcionamento do lobby feito por Valério para tentar fechar uma operação de compra do Banco Mercantil de Pernambuco pelo Banco Rural.
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