O governo articula o adiamento do depoimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, agendado para a tarde de quarta na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a emenda constitucional que institui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A estratégia governista é tentar deixar o depoimento para depois do dia 22, quando o ministro da Fazenda já negociou ida ao Senado para depor à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Se fracassar, a alternativa é enviar como substituto o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também convocado.

A convocação de Palocci havia sido aprovada na quinta. Palocci é obrigado a atender à convocação, sob pena de dar margem a processo por crime de responsabilidade. Hoje, a assessoria do ministro não confirmava sua presença.

Teoricamente, Palocci está sendo convocado para falar apenas sobre educação. Os integrantes da comissão querem inquiri-lo, entre outros pontos, a respeito do aporte que a União fará ao Fundo ou sobre a oposição da Fazenda para que crianças menores de quatro anos de idade tenham direito à creche gratuita. Mas nada impede que outros temas sejam abordados. Os líderes partidários, por exemplo, têm direito à palavra e podem enveredar por outros assuntos, como a política econômica ou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o ministro e ex-assessores dele na prefeitura de Ribeirão Preto.

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