| 12/11/2005 18h58min
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que irá convocar para depor na próxima semana o ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho. Em entrevista à revista Época desta semana, Godinho disse que os empréstimos de R$ 55 milhões da instituição para o PT foram feitos para não serem pagos. Segundo ele, os supostos empréstimos só teriam sido firmados para mascarar a entrada de dinheiro para o caixa dois do partido.
As declarações do ex-superintendente coincidem com a tese de Serraglio de que os empréstimos tomados pelo PT, por intermédio do empresário Marcos Valério, são fictícios.
– Ele (Carlos Godinho) vai ser chamado sim. Ele é tão importante quanto o Roberto Jefferson. É uma pessoa de dentro da estrutura que resolve falar. Espero que ele conte de onde veio o dinheiro – disse Serraglio.
Em entrevista à Época, Godinho disse que chegou a comunicar toda a direção do banco sobre indícios de irregularidades envolvendo a agência SMP&B, do empresário Marcos Valério, e o PT, mas nenhuma providência foi tomada. O vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado nega a informação. Salgado atribuiu ao ex-presidente do Banco José Augusto Dumont, amigo de Marcos Valério e falecido em 2004, toda a responsabilidade pelos empréstimos firmados com o PT.
Em nota divulgada hoje, o banco desqualifica as acusações do ex-superintendente, afirmando que os empréstimos foram registrados junto ao Banco Central. A nota diz que as afirmações do ex-executivo são mentirosas e irresponsáveis e “revelam um oportunismo perverso, tendo em vista que só vieram a público após o seu recente desligamento do Banco".
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