| 09/11/2005 13h09min
O adiamento da leitura do requerimento que prorroga por seis meses os trabalhos da CPI dos Correios foi criticado por líderes de partidos da oposição. O líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), lembrou que o requerimento já tem o número de assinaturas exigido e que o documento não precisa ser votado, basta ser lido para garantir a prorrogação da CPI.
A leitura deveria ter sido feita na manhã desta quarta pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros, durante sessão do Congresso Nacional. Antes de suspender a sessão, Calheiros disse que precisava conferir o número de assinaturas do requerimento. Ele convocou uma nova reunião para esta quarta, após o encerramento das sessões da Câmara. O prazo para a CPI funcionar vence no fim deste mês. Maia considerou o adiamento da leitura uma manobra regimental e disse que o governo quer ganhar tempo.
O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), disse temer que o governo tente retirar assinaturas do documento, como ocorreu antes da criação da CPI. Ele caracterizou esse procedimento como vergonhoso. Para Goldman, os trabalhos da CPI devem ser prorrogados porque os parlamentares ainda não tiveram acesso a informações como as referentes às contas do publicitário Duda Mendonça no Exterior. A oposição ameaçou obstruir a votação de outras matérias na pauta do Congresso caso o requerimento não seja lido na sessão desta quarta.
Já o líder do PT, deputado Henrique Fontana (PT-RS), é contra a prorrogação do prazo. Ele argumenta que 180 dias é um prazo razoável para que a CPI investigue tudo o que for possível. Ele lembra que, com a conclusão dos trabalhos e a aprovação de um relatório final, o Ministério Público, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União poderão continuar as investigações.
– Imaginar que a CPI esgotaria todas as investigações é uma idéia irreal - diz Fontana.
Henrique Fontana acredita que o MP, a PF e a CGU dispõem de condições técnicas mais adequadas para investigações mais específicas. Ele teme que a prorrogação dos trabalhos vá prejudicar as investigações que poderiam ser contaminadas pelo processo eleitoral de 2006, o que paralisaria o Congresso.
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