| 05/11/2005 12h02min
As divergências entre os líderes de 34 países criaram uma situação inédita na história da Cúpula das Américas. Pela primeira vez, o encontro entrou em seu último dia sem um documento final. Na manhã deste sábado, os diplomatas praticamente desistiram.
Nos últimos meses, eles tentaram arduamente encontrar um consenso para as grandes questões do continente. Em vão. Faltando poucas horas para o encerramento da cúpula, deixaram que presidentes e primeiros-ministros decidissem o texto da Declaração de Mar del Plata.
A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi o principal motivo da discórdia. Depois de intensas negociações do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Insulza, com os líderes dos países participantes, eram quatro as posições a respeito da questão.
Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Peru e países do Caribe defendiam a reabertura do processo de implementação do bloco. Os países do Mercosul queriam que
o documento reconhecesse que "não há no
momento condições para criar um acordo de livre-comércio no continente".
A Venezuela pregava o fim absoluto da iniciativa, ou o "enterro da Alca", nas palavras de seu presidente, Hugo Chávez. E o Panamá, diplomaticamente, ficava no meio do caminho entre o Mercosul e a América do Norte, admitindo as dificuldades, mas propondo a estipulação de uma data para voltar a discutir o tema.
Pareciam tão arraigadas as posições de cada lado que há a possibilidade de a cúpula terminar sem uma declaração final. Neste caso, os diplomatas entrariam de novo em cena, na tentativa de elaborar em alguns meses um documento que, em último caso, não fizesse referência nenhuma à Alca.
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