O Ministério da Agricultura descarta, a princípio, que o galo achado morto em Marília (SP) estivesse com a gripe aviária. O animal foi levado para o Laboratório Nacional Agropecuário, em Campinas, para exames de necropsia, e todas as aves da chácara onde o galo morreu foram isoladas e submetidas a exame de sangue. Os resultados dos exames sorológicos das aves deve sair hoje, e a necropsia será apresentada em até 20 dias.

– Se fosse a influenza (gripe aviária), todas essas aves já estariam mortas –explicou o superintendente do Ministério em São Paulo, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, que informou que, além do galo morto na última terça, uma outra galinha morreu cerca de cinco dias antes com suspeita da doença.

De acordo com Jardim, o vírus H5NI, que causa a gripe aviária também em humanos e se espalha pela Ásia, tem alta velocidade de contágio e mata as aves em 24 horas. Segundo ele, o caso de Marília não se encaixa nesse perfil.

– O galo pode ter sofrido de botulismo, tifo aviário ou outras doenças, que são típicas de criatórios simples, de "fundo de quintal" – afirmou o superintendente.

O dono do animal não foi identificado, mas possui uma pequena criação de aves, entre elas patos e marrecos. O que preocupou o departamento e o dono da chácara foi o fato de o local ter uma lagoa visitada por aves migratórias.

O Ministério faz o monitoramento das aves migratórias em todo o país, pelo Rio Grande do Norte e pela Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. A preocupação dos especialistas é que o vírus pode chegar ao Brasil por duas vias: pela migração e por pessoas que tenham contato com as aves doentes em outros países.

Também a Secretaria de Estado da Agricultura afastou a hipótese de gripe aviária. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos divulgou nota preocupada com a repercussão negativa da morte do galo sobre as exportações.