| 31/10/2005 09h37min
Os dirigentes de todos os partidos uruguaios expressaram seu apoio ao governo do presidente Tabaré Vázquez. A ação diplomática contra a Argentina pretende defender a instalação de indústrias de papel no Uruguai.
O ex-presidente Julio María Sanguinetti, do Partido Colorado, o senador e líder do Nacional, Blanco Jorge Larrañaga, e Pablo Mieres, do Partido Independiente, apoiaram a decisão de Vázquez de chamar para consultas o embaixador na Argentina, Francisco Bustillo. Em resposta, o chanceler da Argentina, Rafael Bielsa, convocou o embaixador de seu país em Montevidéu, Hernán Patiño Meyer, após ser informado sobre a medida do governo uruguaio.
A instalação de fábricas de papel no Uruguai foi decidida pelo ex-presidente Jorge Batlle e recebeu um grande apoio de Vázquez. O governo uruguaio considera este setor uma nova fonte geradora de postos de trabalho, já que a madeira sairá do país praticamente elaborada.
No domingo, o chanceler uruguaio, Reynaldo Gargano, disse à imprensa que se decidiu chamar a consultas o embaixador Bustillo após as declarações feitas pelo governador da província argentina de Entre Ríos, Jorge Busti. Ele disse que "talvez haja algum incentivo para que o Uruguai aceite a instalação das indústrias de papel".
A polêmica surgiu depois que a espanhola Ence e a finlandesa Botnia decidiram se instalar no Uruguai para produzir celulose a partir de madeira obtida nas fábricas que as duas empresas possuem no país. Enquanto o Uruguai obtinha os investimentos de US$ 1,8 bilhão, fracassava na Argentina um plano do governo de Entre Ríos para atrair essa indústria à região.
Depois disso, grupos ambientalistas de Entre Ríos começaram suas mobilizações contra as fábricas de papel. O governo do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, aderiu a estes protestos contra a instalação.
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