O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT estariam sendo chantageados pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, os dois estariam enviando recados pedindo dinheiro para que não revelassem supostos fatos novos que poderiam agravar a atual crise política.

Marcos Valério estaria exigindo que fosse honrado pelo menos parte dos empréstimos que diz ter feito a Delúbio e que são confirmados por este. Conversas entre os dois mencionariam a quantia de R$ 20 milhões contudo, nas contas do publicitário, o total emprestado por ele ao PT chega a R$ 55 milhões. Valério estaria disposto a fazer um acordo para receber parte do dinheiro e não incomodar mais o governo e o partido com eventuais revelações e provas;

Por seu lado, Delúbio exigiu e obteve da nova direção do partido o compromisso de que seu advogado e o de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, sejam pagos pelo PT. Ele quer ainda ajuda financeira para sobreviver ao médio prazo, pois ficará sem dinheiro para pagar as contas após ser expulso do partido no último sábado.

O mensageiro de Delúbio ao PT seria o ex-presidente do partido José Genoino, visto pela cúpula do governo e do PT como uma espécie de "menos culpado e maior prejudicado" no caso mensalão. Genoino estaria agindo como um interlocutor entre a sigla e os ex-dirigentes Delúbio e Silvio Pereira.

Os recados de Valério são transmitidos, segundo o jornal, por Delúbio ou dados por meio de alguns vazamentos de informação que se transformam em notas e reportagens da imprensa. Valério diz que acabaram a sua vida empresarial e o seu casamento e, desta forma, não teria mais nada a perder. O Palácio do Planalto estaria preocupado com as exigências pois se aproxima um ano eleitoral e espera a diminuição das acusações e da crise em Brasília.