| 27/10/2005 00h26min
Já chegaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos 42 fitas cassete com 13 horas de escutas telefônicas realizadas na prefeitura de Santo André entre janeiro e março de 2002, após a morte do ex-prefeito Celso Daniel. Na época, a Polícia Federal solicitou autorização da Justiça para o grampo alegando investigações referentes a tráfico de drogas.
As gravações foram requisitadas nesta terça-feira pelo presidente da CPI do Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), à 4ª Vara da Justiça Federal de São Paulo, após depoimento do juiz afastado João Carlos da Rocha Mattos. Preso sob a acusação de vender sentenças, Rocha Matos disse ter ouvido trechos de gravações telefônicas nas quais integrantes do PT demonstrariam não ter interesse em esclarecer a morte do ex-prefeito Celso Daniel.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) teve acesso a parte das gravações antes dos demais integrantes da CPI e tentou apresentá-la na tarde desta quarta-feira, durante acareação entre e os irmãos do ex-prefeito Celso Daniel e o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A fita gerou polêmica. Diversos parlamentares levantaram a possibilidade de questionamento judicial da sessão devido ao uso de gravação que não pertencia à CPI. Também alegaram estar em situação de desvantagem, pois não conheciam o teor da gravação e não puderam preparar-se para pedir esclarecimentos a Carvalho.
O chefe de gabinete da Presidência da República prontificou-se a prestar todos os esclarecimentos necessários quando as gravações chegassem à CPI, na íntegra, e periciadas.
– Essas fitas são um mistério que ronda desde 2002, mas nunca me foram apresentadas na integralidade. Não tenho medo das fitas e tenho curiosidade de ouvi-las na íntegra – afirmou Carvalho.
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