| 26/10/2005 23h30min
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que até esta quinta-feira deverá ter uma resposta da Polícia Civil do Distrito Federal sobre a autoria de cartazes pregados em vários pontos da cidade.
Por meio de uma fotomontagem, os cartazes vinculam a figura do senador à de um soldado nazista e trazem a frase: "Vamos acabar com 'este' raça. Pretos, pobres, operários nunca mais!". Num evento em São Paulo há cerca de dois meses, indagado se não estaria desencantado com as denúncias de corrupção, o senador respondeu:
- Pelo contrário, estou encantado porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos.
Nesta quarta-feira, na tribuna do Senado, Bornhausen qualificou de ato criminoso a fotomontagem.
- O aluguel de motoqueiros para pregar estes cartazes revela a índole nazi-fascista de quem praticou - afirmou.
O discurso de Bornhausen foi aparteado por parlamentares de diversos partidos, como o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), que declarou sua indignação ao ler a frase do senador que a imprensa atribuiu ser dirigida ao PT. Ele ressaltou o fato de Bornhausen ter se manifestado, em mais de uma oportunidade, que ao falar de "raça" não se referia ao PT. E condenou a distribuição de cartazes apócrifos:
- Não posso aceitar que a resposta seja feita desta forma. Temos que afastar isso da discussão democrática. Isso não faz parte da nossa história, de nossos valores, e não contribui para o debate democrático.
Já o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB), fez um aparte informando que o tema havia sido discutido em reunião pela manhã, da qual também participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador José Sarney (PMDB-AP).
- Foi com indignação que recebemos estes cartazes. Em nome do partido, apresentamos nossa solidariedade contra uma política torpe que não vai longe - disse.
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