| 23/10/2005 23h39min
O Rio Grande do Sul rejeitou hoje o Referendo 2005. E, além disso, foi o Estado brasileiro no qual o Não obteve a vitória mais expressiva: 86,83% (5.353.854) contra 13,17% (812.207) do Sim. Todas as cidades gaúchas finalizaram a eleição com o Não vitorioso.
Com 97,98% (6.166.061) de votos válidos, os gaúchos desaprovaram a proibição ao comércio de armas de fogo e munição sugerida pelo Estatuto do Desarmamento. O resultado já era esperado no Estado, que culturalmente tem uma relação muito próxima com o armamento. Até outubro deste ano, os gaúchos adeptos ao Não pediram 4.535 novos registros de armas na Polícia Federal. A cifra é 24 vezes superior à de 2004, quando 184 revólveres ou pistolas foram legalizadas. Este aumento é o terceiro maior do país – fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Uma pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) também antecipou o resultado da votação. Divulgado no último dia 17, o levantamento indicou a opção de 66,6% dos entrevistados pelo Não. Na mesma pesquisa, o Sim atingiu 24,5%. Tradição militar, comportamento conservador e preocupação com a insegurança também são as justificativas para tal resultado.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pleito de hoje teve ainda os seguintes resultados: brancos (1,15% - 72.184), nulos (0,88% - 55.090) e abstenção de 17,12% (1.300.172). Este último dado não acompanhou a previsão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que o estimava em 20%.
Dentre as cidades gaúchas, Coqueiros do Sul teve o maior percentual de votos no Não: 96,61%. O menor foi registrado em Dom Pedro de Alcântara (77,88%). No voto Sim, a relação se inverte. A maior adesão ao voto Sim foi em Dom Pedro de Alcântara (22,12%) e a menor em Coqueiros do Sul, com 3,39% dos votos válidos.
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