| 23/10/2005 14h40min
A economia que o governo obteve com os cortes no orçamento do Ministério da Agricultura pode custar muito caro ao país. Os focos de febre aftosa descobertos em Mato Grosso do Sul e no Paraná trouxeram à tona a fragilidade da política governamental de combate e prevenção de pragas e doenças na agricultura e na pecuária, duas áreas com forte influência na balança comercial.
Levantamento feito no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra que o governo reteve 97% dos recursos destinados a programas da área de vigilância fitossanitária: uma economia de R$ 107 milhões que pode comprometer exportações de US$ 17,3 bilhões.
Essa é a soma das vendas ao exterior de carnes (bovina, frango, suínos), frutas, açúcar, cacau, café, soja e suco de laranja nos primeiros oito meses do ano. Esses produtos estão sujeitos a pragas e doenças que exigem controle permanente, mas a política de contenção de gastos tem, na prática, inviabilizado essas ações. O Ministério da Agricultura não se manifestou sobre as restrições orçamentárias.
As exportações de carne bovina chegaram a US$ 2,1 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. E os prejuízos provocados pela febre aftosa para o comércio exterior e os produtores, estimados inicialmente em US$ 1 bilhão, ainda são imensuráveis com a descoberta de novos focos e o bloqueio de mais de 40 países às importações do produto brasileiro.
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