| 13/10/2005 08h53min
O juro ao consumidor está começando a cair. Segundo uma pesquisa realizada pelo Procon de São Paulo, em outubro houve a primeira queda na taxa média de juros desde dezembro de 2004. Em setembro de 2004, o Banco Central iniciou uma política de aumento do juro e, somente em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) inverteu essa trajetória fazendo uma redução na taxa básica Selic, passando de 19,75% para 19,5% ao ano.
A pesquisa do Procon, feita com 10 bancos, mostrou queda na taxa do empréstimo pessoal em quatro instituições. A taxa média caiu de 5,46% em setembro para 5,42% em outubro, o equivalente a 88,46% ao ano. A queda foi de 0,04 ponto percentual.
O Banco Real reduziu o juro mensal cobrado na modalidade de 5,9% para 5,7%, com redução de 0,20 ponto percentual. A Caixa Econômica Federal (CEF) baixou de 5,28% para 5,1%, o Bradesco de 5,87% para 5,85% ao mês e o HSBC de 5,07% para 5,06%. Os demais mantiveram o juro inalterado. O maior juro do empréstimo pessoal é cobrado pelo Itaú, de 5,95% ao mês. O menor é o da Nossa Caixa, de 4,25% ao mês.
No cheque especial, a taxa média ficou praticamente estável em 8,32% ao mês, o equivalente a 160,77% ao ano. O único dos 10 bancos que reduziu o juro da modalidade foi o Bradesco, que baixou de 8,33% para 8,31% ao mês, o que significa um decréscimo de 0,02 ponto percentual. O Procon explica que, apesar de ter ficado estável na média, por causa do arredondamento dos decimais, pode-se dizer que foi a primeira queda desde agosto de 2004, quando a taxa passou de 8% para 7,99%. A maior taxa do cheque especial é a cobrada pelos bancos Itaú, Santander e Banespa, de 8,5% ao mês. A menor é a da Caixa Econômica Federal, de 6,95% ao mês.
Para o Procon, a inversão em outubro é uma reação à queda do juro básico da economia no mês passado, a primeira desde abril de 2004, quando a taxa passou de 16,25% para 16% ao ano. Apesar de ter começado a cair, o juro real brasileiro (descontada a inflação) ainda é o maior do mundo, de 14,3% ao ano. O Procon alerta que há um ano o Brasil lidera o ranking do juro mais alto do mundo, posição alcançada em setembro de 2004 quando o país ultrapassou a Turquia.
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