| 10/10/2005 19h18min
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, prometeu liberar a verba necessária para implementar medidas de combate ao avanço da febre aftosa em Mato Grosso do Sul. A informação é de parlamentares da bancada ruralista que se reuniram com Palocci durante a tarde desta segunda.
Durante o encontro o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, acertou com a bancada ruralista da Câmara dos Deputados a liberação de R$ 90 milhões para serem investidos em defesa agropecuária. Desse total, R$ 35 milhões deverão ser empregados na área da sanidade bovina.
– O ministro disse que o governo vai enviar todos os esforços para evitar a contaminação do rebanho – afirmou o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que também participou do encontro.
De acordo com o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, deputado Ronaldo Caiado, o governo precisa contratar imediatamente veterinários para criar um cinturão no município de Eldorado, onde foi encontrado o foco, e evitar que a doença se espalhe.
Conforme Caiado, também é preciso fechar barreiras de Mato Grosso do Sul com os demais Estados e constituir uma comissão composta por técnico qualificados, representantes do governo e do Congresso para preparar um relatório a ser apresentado aos países importadores, detalhando o episódio. O deputado acredita que tais medidas evitariam qualquer tipo de retaliação ou suspensão das compras da carne brasileira no Exterior.
– Com essa denúncia, se não tivermos condição de limitar esse processo, a doença vai comprometer todos os 185 milhões de cabeça de gado do nosso país – comentou Caiado.
O Brasil possui hoje o maior rebanho de gado comercial do mundo. Entre janeiro e setembro as exportações chegaram R$ 5,9 bilhões.
O foco foi identificado na fazenda Vezozzo, localizada a 430 quilômetros de Campo Grande, próximo ao Paraguai. A
propriedade atendia todos os requisitos de segurança de
vacinação e há mais de 18 meses não recebia animais vindos de fora. Desde de 1999 o Estado de Mato Grosso do Sul não era atingido por uma ocorrência da doença.
No ano passado foram liberados para sanidade do rebanho bovino R$ 800 mil, e em 2005 era aguardada a liberação de R$ 3,5 bilhões para essa finalidade. O secretário Maciel afirmou em entrevista coletiva que "é preciso investir mais recursos na área da sanidade animal, assim como empregar mais pessoas nesse trabalho", e destacou que a responsabilidade não é só do governo federal, mas também dos governos estaduais e dos pecuaristas.
– Agora não é o momento de apontar culpados, mas de procurar as causas – ponderou Maciel.
As causas da ocorrência em Mato Grosso do Sul serão investigadas e devem ser divulgadas dentro de seis meses.
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