| 10/10/2005 19h22min
Diante da ocorrência de foco de febre aftosa registrado neste final de semana no município de Eldorado, em Mato Grosso do Sul, o Estado do Paraná está em alerta máximo. O governo do Paraná afirma estar confiante nas medidas que estão sendo tomadas pelo governo de Mato Grosso do Sul para conter e erradicar a doença na região.
O secretário da Agricultura em exercício, Newton Pohl Ribas, disse que a confiança no Mato Grosso do Sul é justificada pela portaria baixada no último sábado, dia 8, pelo governo sul-mato-grossense, que considera os municípios de Eldorado, Itaquirami, Iguatemi, Mundo Novo e Japorã como áreas de risco sanitário. A portaria também proíbe o trânsito de animais de qualquer natureza dentro dos cinco municípios citados, assim como o tráfego entre eles.
Também está proibido o trânsito de qualquer produto ou subproduto de origem animal num raio de 25 quilômetros da propriedade do foco. O documento determina a instalação de barreiras sanitárias para que a decisão seja cumprida devidamente, explicou Newton Pohl Ribas.
Segundo o secretário em exercício, o governo do Paraná decidiu fechar suas divisas com o Mato Grosso do Sul até que se tenha uma melhor avaliação da situação.
– A medida visa resguardar o patrimônio agropecuário do Estado. Nossos esforços e ações envolvem tanto as medidas de prevenção primária, que têm como objetivo impedir o ingresso do vírus no Paraná, como as medidas secundárias. Estas são adotadas em caso do vírus entrar no Estado. As medidas secundárias visam impedir que a doença se manifeste e, caso isso ocorra, propague-se pelo território paranaense – disse Ribas.
Entre as medidas de prevenção primária a Secretaria da Agricultura desenvolve operação no controle de trânsito 24 horas por dia. Este monitoramento é realizado por meio dos postos fixos da Claspar (Empresa de Classificação do Paraná), sob coordenação dos técnicos da Departamento de Defesa, Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis).
Nesta operação só é permitida a entrada de animais e produtos de origem animal acompanhados de documento emitido por órgão oficial na origem. O documento deve confirmar a inexistência de qualquer problema sanitário.
– É importante lembrar que o Paraná possui um dos poucos sistemas de barreira de trânsito do país informatizado, o que permite o rastreamento das cargas em tempo real – diz o secretário.
Quanto às medidas de prevenção secundária, o Paraná adota a vacinação contra a febre aftosa. O Estado tem excelentes índices de cobertura vacinal, com atenção especial aos municípios de fronteira. O Departamento de Fiscalização, Defesa e Sanidade Agropecuária conta com uma estrutura de 122 unidades veterinárias, 187 subunidades e 30 postos fixos da Claspar. No momento, os técnicos concluem um inquérito soro-epidemiológico com o objetivo de comprovar a ausência do vírus no Estado.
No Paraná existem 214.988 propriedades rurais com bovinos. O rebanho paranaense é de 10.094.000 cabeças. Na última etapa da vacinação contra a aftosa foram imunizadas no prazo normal da campanha 9.969.000 cabeças, ou 98,8% dos animais do Estado. O restante do rebanho foi vacinado apor meio da ação da fiscalização, já que é obrigatória a vacinação de todos os animais.
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