| 05/10/2005 12h20min
Dados levantados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego, organizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul, informam que 41% dos idosos gaúchos participam decisivamente da renda familiar básica. Segundo o governo do Estado, em comparativo com outras capitais, como Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador e São Paulo, a população com mais de 60 anos de Porto Alegre é a que mais contribui com a renda dentre a categoria no Brasil.
Segundo o levantamento, cerca de 79% dos 400 mil cidadãos pós-sexagenários da Região Metropolitana de Porto Alegre são aposentados ou pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A pesquisa foi realizada em 2,8 mil domicílios da capital gaúcha e é patrocinada pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Econômicos (Dieese), FGTAS/Sine-RS, Fundação Seade e Ministério do Trabalho.
Os dados compõem o primeiro estudo científico sobre a contribuição das pessoas com mais de 60 anos no orçamento das famílias no Estado. Lúcia Garcia, coordenadora do estudo, afirma que o objetivo é fornecer dados para a formulação de políticas públicas voltadas ao mercado de trabalho da categoria.
A pesquisa mostrou ainda que há mudança no perfil etário da população gaúcha, confirmando que o processo de envelhecimento da população do Estado está invertendo. Segundo a FEE, até 2020, o Estado alcançará a marca de 2 milhões de idosos. Com base no censo do IBGE, a instituição afirma que o número de pessoas com mais de 60 anos no Estado dobrou nos últimos 30 anos, saltando de 5,8% para 10,5% no período entre 1970 e 2000. Lúcia Garcia alerta que os dados demonstram o peso cada vez maior dos idosos na sociedade gaúcha, podendo representar 16,4% da população total do Estado nos próximos 15 anos.
A maior participação da terceira idade na renda, segundo Lucia Garcia, embora mais comum nas camadas de menor poder aquisitivo, atinge inclusive a classe média e as famílias mais abastadas. A economista afirma que, outro destaque da pesquisa, é a existência de um percentual elevado de mulheres na faixa dos 60 para as quais a cultura do trabalho ainda permanece como um mistério. O número não foi divulgado.
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