| 03/10/2005 12h50min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão ouvirá amanhã o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos. Ele foi o responsável por parte do controle financeiro da campanha nacional do PT no Rio de Janeiro, em 2002. Naquele ano, Manoel Severino era secretário de Articulação Governamental na gestão da governadora Benedita da Silva.
Manoel Severino foi candidato a prefeito de Petrópolis (RJ). Marcos Valério, suposto operador do esquema conhecido como mensalão, participou de sua campanha.
O ex-presidente da Casa da Moeda foi o segundo maior destinatário, dentro do PT, das verbas repassadas por Valério. De acordo com a lista entregue pelo empresário à Polícia Federal, foram encaminhados a Manoel Severino R$ 2,676 milhões entre agosto de 2003 e julho de 2004.
O nome do então presidente da Casa da Moeda começou a ser vinculado ao de Marcos Valério a partir da agenda da secretária Fernanda Karina Somaggio, que registrou encontros dele com o empresário. Quando a agenda veio a público, o dirigente admitiu que teve sete encontros com Marcos Valério desde 2003, mas negou envolvimento com o mensalão. Manoel Severino é ligado aos ex-dirigentes do PT afastados pela crise, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário de Comunicação Marcelo Sereno, a quem é atribuída sua indicação para a Casa da Moeda.
Na quarta, a CPI ouve o ex-diretor financeiro do Ministério dos Transportes na gestão de Anderson Adauto, José Luiz Alves, hoje prefeito de Uberaba (MG). Ele também aparece na lista de sacadores de Valério. Na quinta, presta depoimento deputado Ronivon Santiago (PP-AC), acusado de envolvimento na suposta compra de votos para a aprovação da Emenda Constitucional da Reeleição, em 1997.
Já na corregedoria da Câmara prestam depoimento terça os deputados José Janene (PP-PR) e José Borba (PMDB-PR). Os dois fazem parte da lista elaborada pelas CPIs dos 18 parlamentares acusados de envolvimentos no mensalão.
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