A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos reúne-se nesta manhã para tomar o depoimento de Lucas Furtado, procurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU). Furtado fez estudos e deu pareceres sobre investigações de contratos celebrados entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Gtech, empresa multinacional detentora da concessão para exploração das loterias da CEF.

As denúncias já apontadas em depoimentos na CPI envolvem supostas irregularidades na licitação de contratos para a loteria da Caixa com a empresa. A comissão descobriu um contrato de R$ 650 milhões para prestação de serviços e atividades suspeitas da instituição com a Gtech.

A comissão também tomará hoje o depoimento de Vladimir Poleto, suspeito de praticar tráfico de influência entre autoridades e empresários, inclusive com a realização de festas. Poleto foi identificado, por meio de escuta telefônica, em conversas suspeitas com Rogério Buratti, ex-secretário da prefeitura de Ribeirão Preto (SP) na gestão de Antonio Palocci, atual ministro da Fazenda. Buratti foi acusado pelo diretor de Marketing da Gtech de ter exigido propina de R$ 6 milhões da empresa, a mando do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz.

Diniz afirma que teria feito tal exigência apenas para que o contrato da Gtech com a CEF fosse renovado. Nessa época, em 2003, Diniz era presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj).