Ao receber, hoje, o presidente da gigante da celulose Stora Enso, Jukka Härmälä, o governo do Rio Grande do Sul espera ouvir do principal executivo da multinacional que, além de investir no florestamento, também construirá uma fábrica em solo gaúcho.

Com a aquisição de áreas de terra na Metade Sul do Estado, o grupo sueco-finlandês confirma o investimento na atividade de plantio, mas não assegura, ainda, que erguerá uma indústria de produção de celulose no Rio Grande do Sul. É essa a principal novidade que o Secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), Luis Roberto Ponte, espera que Härmälä tenha na mala.

O executivo aterrissou ao final da tarde de domingo na Capital. Hospedado no Sheraton Hotel, saiu com outras quatro pessoas para jantar comida tailandesa. Hoje pela manhã Härmälä participará de solenidade na Sedai, onde o investimento é considerado importante para fortalecer os arranjos produtivos de base florestal.

– A vinda do presidente do grupo pode ser um sinal de que a empresa desembarca no Estado com a definição de que todo o investimento será feito aqui – avaliou Ponte.

A Metade Sul, lembrou o secretário, já conta com projetos da Aracruz e da Votorantim. As duas companhias, porém, ainda estão avaliando outros locais antes de definirem a ampliação dos negócios no Estado.

– No caso da Stora Enso, a decisão poderá ser mais rápida. Eles querem garantias de que as questões processuais relativas ao plantio e ao futuro do projeto sejam ágeis. E a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) tem trabalhado meticulosamente e rápido – avalia Ponte.

Há dois meses, a multinacional adquiriu duas fazendas no município de Alegrete, e o mercado passou a especular sobre os projetos do grupo no Rio Grande do Sul. Calculando os valores do possível investimento da indústria sueco-finlandesa, o secretário de Assuntos Internacionais estima que poderá se aproximar de US$ 1,2 bilhão se for completamente implantado no Rio Grande do Sul.

No Brasil, a Stora Enso já opera em parceria com a Aracruz em Eunápolis (BA), desde maio deste ano. O primeiro carregamento de polpa de celulose produzida na unidade – 4 mil toneladas – foi embarcado em agosto para testes na fábrica de papel do grupo na Finlândia.

De acordo com informações da empresa, sua estratégia atual é transferir a produção para regiões de baixo custo e investir em mercados emergentes, com esforços concentrados na América do Sul, pelo baixo custo das fibras, na China pelo ritmo veloz de crescimento do mercado, e na Rússia, graças à abundância de recursos. O grupo declara que está investindo nessas áreas em busca de "ambientes operacionais de custo mais competitivo" e para aumentar os lucros em novos mercados.

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