| 21/09/2005 11h18min
A indústria de alimentação animal tem bons motivos para comemorar o primeiro semestre de 2005. O fechamento do período fez o setor – que compreende fabricantes de rações balanceadas, alimentos para animais de estimação (pet food), premix, suplemento mineral e suprimentos – aumentar suas projeções para o ano.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção de rações neste ano deve chegar a 47,2 milhões de toneladas – superando as 46,9 milhões de toneladas inicialmente previstas para o ano de 2005. Estes resultados confirmam a ótima fase do setor, que já havia registrado um crescimento de 5% em 2004.
O investimento no primeiro semestre de 2005 ficou em torno de US$ 91 milhões, o que representa 2% do faturamento obtido no período, no valor de US$ 9,3 bilhões. Os recursos foram destinados à implantação das Boas Práticas de Fabricação, sistemas de qualidade e rastreabilidade e novos equipamentos.
O bom momento da indústria de
rações deve-se em grande parte à alta das exportações de produtos brasileiros de origem animal. Entre janeiro e julho de 2005 o comércio de carne suína para o exterior aumentou em 25%, enquanto a venda de carne de frango subiu 14%.
– Desde o ano passado o Brasil também deixou de importar leite para exportá-lo. Nos últimos seis meses, grande parte da produção do país foi destinada ao consumo externo – conta João Prior, secretário executivo do Sindirações. As vendas de rações para o exterior também aumentaram cerca de 15%.
Outro fator importante para este cenário é o consumo doméstico, que manteve o crescimento previsto de 5% no primeiro semestre de 2005. Este aumento nos mercados interno e externo resultou na expansão dos plantéis de aves, suínos e bovinos e, conseqüentemente, em uma maior demanda por alimentos animais.
Apesar das boas notícias, os custos das rações, que estiveram em baixa nos últimos 12 meses, poderão subir na segunda
metade do ano. A elevação deve-se à
provável alta nos preços do milho e da soja – que, ao contrário dos últimos anos, tiveram safras menores em 2005. Este aumento pode resultar no reajuste dos preços de todos os produtos à base de proteína animal – tais como carnes, ovos e leite – o que pode inibir significativamente o consumo doméstico.
Os grandes destaques da indústria de alimentação animal no primeiro semestre de 2005 foram a avicultura de corte e a suinocultura, que cresceram 8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a avicultura de postura (para produção de ovos) registrou um aumento de 6% no primeiro semestre, mas a expectativa é de um desempenho superior na segunda metade de 2005. Os produtos destinados à bovinocultura também continuam em alta. As vendas de rações para pecuária leiteira devem aumentar 10% em 2005. Para a pecuária de corte esta expansão deve superar os 13%.
O segmento de pet food – com alimentos para cães e gatos – foi o único a não atingir as metas para o
período. O crescimento
do setor ficou em 4%, abaixo dos 8% previstos para o primeiro semestre. O desempenho aquém do esperado deve-se à estabilização das vendas no mercado interno. A exportações do segmento de alimentação para pets responderam por 50% do volume de rações comercializado no período.
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