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 | 21/09/2005 08h08min

Planalto tenta emplacar Rebelo na Câmara

Nome do ex-ministro da Coordenação Política é negociado em silêncio

Mesmo perdendo terreno diante das aceleradas articulações da oposição, o Planalto prefere operar em silêncio a escolha de um sucessor para Severino Cavalcanti (PP-PE). O objetivo do governo é evitar a repetição do fiasco da última eleição, induzindo um candidato palatável à oposição e que não provoque um novo racha na base aliada. O preferido do momento é Aldo Rebelo (PC do B-SP), ex-ministro da Coordenação Política.

– É preciso um nome que se imponha pela legitimidade. Rebelo é um deles – informa um interlocutor do ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner.

Com o PFL e o PSDB unidos em torno de José Thomaz Nonô (PFL-AL) e o PMDB fechado com Michel Temer (SP), resta ao Planalto tentar reagrupar as bancadas governistas. Uma das preocupações é evitar uma debandada de setores da base para os braços de Temer. Como a votação é secreta e o PMDB vem assediando parlamentares para formar a maior bancada, o risco de uma nova derrota do governo cresce a cada dia.

Para tentar evitá-la, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer agir de forma que pareça estar impondo um nome. O temor é fritar o candidato por conta da repulsa que o PT e governo enfrentam no Congresso. Lula, porém, também não deseja relegar a escolha aos partidos aliados. A pretexto de um urgente consenso, o Planalto credencia Rebelo – um deputado respeitado pelo perfil conciliador –, mas evita assumir a paternidade da candidatura.

A estratégia governista foi arquitetada na manhã de ontem, durante um encontro de Lula com Wagner e os líderes do governo e do PT, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Henrique Fontana. À tarde, uma reunião entre os líderes das bancadas aliadas evidenciou que a tarefa do governo será árdua e encontrará resistência até entre os aliados fiéis. Disposto a concorrer, o vice-líder Beto Albuquerque (PSB) passou o dia panfleteando no Congresso.

Distribuiu a todos os deputados um texto com o título "Nossa Última Chance", no qual defende uma candidatura – a própria – não vocacionada à obediência ao governo e tampouco suscetível aos humores da oposição. Durante a reunião, Beto rechaçou a defesa de uma candidatura petista.

– O melhor que o governo deve fazer é ter juízo e não candidato próprio – avalia Beto.

FÁBIO SHCAFFNER/AGÊNCIA RBS
 
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