| 16/09/2005 19h23min
A edição da revista IstoÉ que chega às bancas neste fim de semana traz mais uma acusação de corrupção contra o líder do PP na Câmara dos Deputados, deputado José Janene (PR). Segundo a reportagem, levantamento do Ministério Público paranaense revela que Janene montou um esquema de corrupção em parceria com o ex-prefeito de Londrina Antônio Belinati (preso em 2002, no final do mandato) que rendeu, de 1997 a 1999, R$ 7.784.636,07.
O parlamentar é apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson como o encarregado de repartir o suposto mensalão entre os deputados federais do seu partido.
A reportagem afirma que a mulher de Janene, Stael Fernanda Rodrigues Lima Janene, também fazia parte do esquema. Segundo IstoÉ, ela recebia numa conta do Bradesco pagamentos mensais de R$ 21 mil de duas empresas. Os valores, de acordo com a revista, eram depositados em espécie por um emissário de Janene ou por funcionários das empresas, citadas na Justiça como corruptoras.
Estes repasses seriam acertados entre Janene e os diretores das empresas Tâmara Serviços Técnicos S/C Ltda. e Principal Vigilância S/C Ltda., Henrique César Galli e José Luiz Sander, como contrapartida por um esquema de fraudes na prestação de serviços à prefeitura.
O Ministério Público, de acordo com IstoÉ, diz que as empresas apresentavam projetos sobre sistema viário, meio ambiente e urbanização para fingir que prestavam os serviços pelos quais eram pagas. No entanto, 23 cartas-convite, licitações, notas fiscais e contratos das empresas foram expedidas, segundo a reportagem, depois que a prefeitura já havia pago pelas obras ou serviços fictícios. De acordo com o Ministério Público, diz IstoÉ, parte dos pagamentos retornava ao grupo por meio de cheques emitidos pelos fornecedores.
O esquema de corrupção teria sido montado em dois órgãos municipais, a Autarquia Municipal do Ambiente (AMA) e a Companhia Municipal de Urbanização (Comurb). O diretor financeiro da Comurb era o advogado Eduardo Alonso, indicado por Janene. Réu nas mesmas ações que Janene, ele teria aceitado colaborar com as investigações em troca da redução de sua pena.
Segundo IstoÉ, Alonso contou que Janene, atendendo a um pedido do ex-prefeito Belinati, lhe pediu para intermediar um contato para que a troca de cheques emitidos por duas empresas da capital paranaense, a Nova Forma e a Kesikowski, fosse feita em São Paulo. O dinheiro teria sido repassado à Realty Investimentos, Participações e Empreendimentos Ltda., que por sua vez seria propriedade da empresa uruguaia Norgrend Sociedade Anônima, que está sendo investigada pela Polícia Federal. A Realty teria recebido das empresas que aparecem nos contratos R$ 2,603 milhões.
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