| 05/09/2005 07h38min
O pedido de afastamento do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), começa a ganhar forma ao meio-dia de hoje em uma reunião aberta a deputados de todos os partidos. A iniciativa tem o apoio de PFL, PSDB, PPS e PV, além da ala esquerda do PT.
O líder da minoria na Casa, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que a idéia é redigir um texto pedindo que Severino se licencie até o esclarecimento das denúncias. Depois disso, o grupo buscará entre os deputados o maior número possível de assinaturas de apoio ao requerimento.
Se obtiver a adesão de um número significativo de deputados, o movimento anti-Severino proporá que a solicitação de afastamento seja levada a votação no plenário. Caso a iniciativa fracasse, os partidos deverão entrar com uma representação contra Severino no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, alegando quebra do decoro pelo presidente da Casa.
– Não se trata de uma iniciativa da oposição, mas sim de todos aqueles que querem zelar pela imagem da instituição – afirmou Aleluia.
Aleluia afirmou que não é de agora que Severino atropela a "seriedade" exigida pelo cargo que ocupa.
– Ele vinha, cada vez mais, distanciando-se da posição de porta-voz da Câmara – avaliou.
Integrante da ala esquerda do PT, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou ter sugerido ao diretório do PT, durante encontro realizado no sábado, que a legenda se manifestasse sobre as denúncias contra Severino, mas a proposta foi rejeitada.
– Esse PT oficial anda meio tímido, meio inibido – ironizou.
A gravidade do caso, de fato, produziu efeitos para além das fronteiras da Câmara. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, informou que analisará se cabe pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o caso.
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