| 30/08/2005 00h04min
A direção nacional do PT não conseguiu identificar a procedência de R$ 3,2 milhões de depósitos em dinheiro na conta do partido, de dezembro de 2003 a maio de 2005, e solicitou ao ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares que ajude a identificar a origem dos recursos.
Análise preliminar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios indica que alguns dos depósitos devem ser transferências das contas 123.456 e 133.333 para a de número 13.000, todas mantidas pelo PT na agência 3.344 do Banco do Brasil.
Ao todo, são 23 depósitos em análise. Todos em valores redondos, variando de R$ 20 mil a R$ 300 mil. O período abrangido pelos extratos vai de 15 de dezembro de 2003 a 31 de maio de 2004. Nessa época, estava em pleno vigor a relação entre o PT e o empresário Marcos Valério de Souza, apontado como um dos provedores de dinheiro de caixa dois para a sigla.
Apenas dois dos 23 depósitos em dinheiro têm a identificação de quem teria realizado a operação. Em 29 de dezembro de 2003, Carlos Alberto Timóteo aparece como "portador". Em 6 de janeiro de 2004 há outro depósito de R$ 300 mil, tendo como "portador" Alex Vieira Costa. Timóteo é funcionário do PT. Costa já trabalhou para o partido, mas está desligado da sigla. Procurados, nenhum quis fornecer explicações a respeito.
No início da noite, a direção nacional do partido emitiu a seguinte nota oficial:
Em relação aos depósitos realizados na conta-movimento do diretório nacional do PT nos exercícios de 2003 e 2004, objeto de questionamento de reportagem do jornal Folha de S.Paulo, informamos que estamos realizando um levantamento de dados na conciliação de contas bancárias e notificando o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para que, no prazo de 10 dias, forneça subsídios para esclarecimentos finais.
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