| 18/08/2005 10h44min
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo de ontem, Jeany Mary Corner, a empresária cujo nome surgiu na CPI dos Correios como agenciadora de acompanhantes para festas que seriam patrocinadas pelo empresário Marcos Valério de Souza, fez pelo menos duas declarações em tom de ameaça: "até agora" estava sendo amiga dos amigos e que "se a pesquisa do sigilo telefônico continuar, encontrará ligações de outros assessores do ministro", referindo-se ao advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Jeany relatou que nas agendas guarda os nomes reais dos clientes, sem cifras ou códigos. Ao lado, ela anotava o nome da funcionária que cumpriu a tarefa e o valor pago. Mas avisou que as agendas estão em um cofre.
Segundo a entrevista, Jeany teria feito "mais de quatro" festas para Ricardo Machado, sócio de Marcos Valério, todas no hotel Gran Bittar, pagas em dinheiro vivo. Além de detalhar como trabalhava ("Na festa menor foram quatro recepcionistas, na maior, acho que 12", disse), revelou ainda problemas na organização de uma festa em novembro de 2004, culpando Valério. Depois de sair em busca de 23 moças – conforme pedido de Machado –, o serviço teria sido cancelado. Naquela noite, no entanto, teria sido acionada por Machado, que desejava de novo as 23 moças.
– Não tinha como arranjar 23 no meio da noite – contou.
Ela confirmou que Buratti telefonou várias vezes para Carla, uma das recepcionistas. Na terça, a empresária disse que não podia ser responsabilizada pelo fato de as garotas se "engraçarem" com alguém.
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