Uma lenda gauchesca adaptada ao cinema policial e ao road movie abre hoje a histórica participação gaúcha no Festival de Gramado - com três longas na mostra competitiva. O Cerro do Jarau, de Beto Souza, chega à disputa com três prêmios ganhos no Festival de Recife, incluindo melhor atriz para Lu Adams.

A versão de A salamanca do Jarau, de Simões Lopes Neto, tem como protagonistas três primos que crescem numa estância fronteiriça do Sul do Brasil: Rebeca, Bento e Martim. O local fica num místico ponto geográfico conhecido como Cerro do Jarau, simbolizado por uma caverna que representa ao mesmo tempo temor e desafio para os jovens.

Vinte anos depois, Bento (Tarcísio Filho) e Rebeca (Lu Adams) vivem juntos em Porto Alegre, ele um aspirante a escritor, ela dona da casa noturna Lechiguana Club. Ao se envolverem com um gângster interessado no lugar, Bento e Rebeca começam uma perigosa aventura, que os levará ao reencontro com Martim (Tiago Real), agora um padre, e com a caverna do Cerro.

A aproximação com a fábula, que também faz o filme flertar com o realismo mágico, se dá pela sedutora persona de Rebeca - ela representa a princesa moura Teiniaguá, alvo do estudo de Toco (Roberto Birindelli), amigo de infância do trio fascinado pela lenda. Julia Barth, como uma cantora do Lechiguana, Miguel Ramos, o gângster Correntino, e João França, o capanga Bandiolo, são outros nomes do elenco.

MARCELO PERRONE/ZERO HORA