| 24/07/2005 22h11min
A Comissão Parlamentar mista de Inquérito (CPI) dos Correios teria chegado a sete bancos privados e dois públicos, duas indústrias, duas telefônicas, uma empreiteira e outras seis estatais como possíveis fontes de dinheiro para as empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza.
A informação consta em reportagem publicada neste domingo pelo jornal O Globo. O dinheiro seria direcionado ao PT e a partidos da base aliada, em esquemas de caixa 2 para financiar campanhas eleitorias e no suposto esquema do mensalão.
A movimentação bancária do empresário, de sua mulher e das principais empresas supera R$ 1 bilhão entre 2003 e 2005. Os integrantes da CPI querem agora avançar na identificação das fontes dos recursos que financiaram o PT e aliados.
De acordo com a reportagem de O Globo, a suspeita é de que empresas privadas usariam as agências de Valério para descarregar contribuições aos partidos — sem comprovantes — em troca de benefícios do governo federal.
Estão no foco dessa linha de investigação a siderúrgica Usiminas, a Amazônia Celular, a Telemig Celular, a Fiat Automóveis e a Construtora Odebrecht.
A Usiminas é cliente da SMP&B e o seu presidente, Rinaldo Campos Soares, mantém uma relação muito próxima com Marcos Valério. O deputado federal Roberto Brant (PFL-MG), que teve um saque de R$ 102 mil identificado pela CPI, disse que os recursos foram uma doação da siderúrgica para a sua campanha eleitoral em 2002.
As empresas Telemig Celular e Amazônia Celular, do Grupo Opportunitty, e a Fiat aparecem nas notas incineradas da DNA Propaganda, encontradas na casa do ex-policial Marco Túlio Prata, em Belo Horizonte. A CPI suspeita que essas notas referem-se a serviços de publicidade não realizados e que teriam sido emitidas para justificar o pagamento de contribuições aos partidos.
No alvo da CPI, de acordo com a reportagem, também estão Banco Rural , BMG, Banco do Brasil, Banco de Brasília (BRB), Bradesco, Banco Mercantil do Brasil, Banco Panamericano, Banco Alfa e BankBoston. Empresas como Correios, Eletronorte e Banco do Brasil e outras onde Marcos Valério tinha trânsito, caso de Petrobras, Casa da Moeda e Furnas, também figuram na lista da comissão.
A CPI já identificou perto de 50 pessoas que sacaram recursos das contas das agências SMP&B e DNA Propaganda, de Marcos Valério, no Banco Rural e no Banco do Brasil. Constam da lista sete parlamentares e um número ainda maior de assessores e outras pessoas ligadas a políticos da base aliada e do PT principalmente, mas também de assessores ligados ao PSDB, ao PFL, ao PMDB e ao PSB.
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