| 14/07/2005 14h57min
Os cerca de US$ 2 bilhões em exportações das micro e pequenas empresas (MPEs), previstos para este ano, poderiam chegar a US$ 4 bilhões se o dólar estivesse cotado entre R$ 2,80 e R$ 3, em vez dos valores atuais, abaixo de R$ 2,40. O cálculo é do diretor-superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), Sergio Malta.
De acordo com ele, a acentuada desvalorização do dólar é mais prejudicial aos micro e pequenos empresários que, simplesmente, deixam de exportar, perdendo a venda e, muitas vezes, um cliente ou mercado conquistado a duras penas.
Outro aspecto negativo, segundo Sergio Malta, advém do fato de o setor exportar produtos e serviços manufaturados – como confeccção – e computadores, nos quais a valorização do real traz muitos prejuízos. Já as grandes exportadoras contam ainda com a vantagem adicional da valorização do preço de muitas commodities no mercado internacional.
O dirigente destacou ainda que, apesar de contribuir com muito pouco para o total das exportações nacionais, que este ano poderão alcançar os US$ 116 bilhões, são os micro e pequenos empreendimentos que, na verdade, "movem" a economia do país, gerando empregos. Do total das empresas brasileiras, 98% correspondem a micro e pequenas empresas, 1,8% a médias e apenas 0,2% a companhias de grande porte.
– Mesmo que até 2010 nós consigamos dobrar o volume de exportações das micro e pequenas de US$ 2 bi para US$ 4 bi, em termos de criação de divisas o acréscimo será pouco expressivo, realmente. No entanto, esse aumento vai representar muito em termos de aumento da qualidade dos produtos brasileiros, de criação de emprego e de aumento da competitividade, que vai ser enorme – explica.
As informações são da Agência O Globo.
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