| 13/07/2005 16h43min
Para o ministro das Cidades, Olívio Dutra, é preciso radicalizar a democracia como saída para combater a corrupção. Em entrevista concedida hoje à tarde à Rádio Gaúcha de Porto Alegre, o petista falou sobre seu ministério, a crise do partido e as eleições do PT.
Como um dos fundadores do PT, Olívio vê o momento do partido como uma séria crise que exige trato profundo, em respeito a sua história e de dirigentes importantes, sem sacrificar o todo.
– Por mais importantes que sejam as pessoas, e elas são importantes, elas não são mais importantes que o sujeito coletivo, que é o partido – afirma Olívio, sobre os mais de 800 mil militantes e o incontável número de simpatizantes.
Para o ministro, o PT nunca pecou no essencial, mas a atual crise indica que os erros e o descuido com as parcerias podem ter contaminado internamente o partido.
– O partido não tem que voltar a ser pequeno, não tem que se estreitar. Não tem que ter a pretensão de que é o dono da verdade, aliás, nunca teve. Os nossos adversários é que sempre confundiram firmeza com sectarismo.
Considerando-se democrata radical não sectário – sectário, para Olívio, é aquele que pensa que é o dono da verdade – o ministro aconselha o PT a não deixar de ser um partido radical na democracia.
– Nós só vamos resolver o problema da corrupção se a gente radicalizar a democracia. Se nós tivermos mais protagonistas – pessoas simples, modestas – participando deste processo de controle da coisa pública, do interesse público. O nosso partido não pode abdicar dessa bandeira e não pode deixar de ser um espaço de debate rico internamente, mas não pode confundir as pessoas com os espaços coletivos partidários.
Sobre as eleições do PT, Olívio não abriu o voto, mas revelou sua postura.
– Não vou votar em pessoas. Não vou votar em cabeças de correntes internas. Eu vou votar em propostas políticas e quero estar ajudando o processo de eleição direta do meu partido, que se encerra em setembro, para que milhares de homens e mulheres ajudem a gente a fazer esse partido ter uma renovação na sua direção e na sua conduta. Que possa ser um partido que não queira ser o sal da terra, mas não também queira ser apenas a média dos partidos.
Olívio deve cumprir agenda no Estado no dia 25 de julho.
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