| 13/07/2005 16h36min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia das irregularidades financeiras que envolvem o PT, disse nesta quarta o novo presidente do partido, Tarso Genro.
Genro, que acompanha Lula em sua segunda visita oficial a Paris, respondeu duas vezes "é óbvio que não" ao ser perguntado pela imprensa se o presidente estava a par dos supostos subornos e corrupção no PT.
A atual crise política com o escândalo de corrupção, segundo Tarso, também não enfraquecerá a projeção nacional e internacional de Lula, porque o presidente "não tem nenhum vínculo direto ou indireto" com as acusações, e "tem um forte prestígio".
Segundo uma enquete publicada na revista Veja, 55% dos brasileiros acham que Lula sabia o que estava acontecendo dentro do PT.
Apesar do escândalo, a popularidade do presidente brasileiro não pára de crescer.
Em Paris, Tarso defendeu o início de um novo modelo de política econômica para combater a desigualdade e a pobreza, mas que não represente uma "ruptura" com as medidas aplicadas até o momento, pois poderia afundar o país.
Após afirmar que não se trata de uma "proposta interessada, oportunista por causa da crise política", Tarso quer que este novo modelo de transição respeite os bons resultados já existentes e dê "passos importantes para combater a desigualdade e a pobreza".
– É preciso pensar em um modelo mais justo, mais humano, mais distributivo da renda, que contribua para menos diferenças sociais e não é possível aplicá-lo neste mandato, mas em um segundo – disse Tarso, após elogiar as "conquistas extraordinárias" que o governo de Lula conseguiu em dois anos e meio.
Na opinião do atual presidente do PT, a atual crise política está começando a amenizar, e as denúncias de corrupção "vão perder força".
Agora, o governo tem que chegar ao final do mandato sem sobressaltos e, por sua vez, o PT tem que estabelecer uma relação regular e "transparente" com o Estado, um problema que atinge, segundo Tarso, todos os partidos políticos do país.
Tarso defendeu iniciar "fortes mecanismos" de controle das finanças do PT, e anunciou que na próxima terça receberá um relatório preliminar sobre as supostas irregularidades financeiras no partido. O novo presidente da formação disse que não descarta, inclusive, encomendar uma auditoria.
Mas, advertiu Tarso, esta crise "não vai ser superada com reuniões da executiva, mas ao longo de um processo porque as pessoas colocam o partido ao mesmo nível de outros, e "nossa militância está inquieta, angustiada e insatisfeita".
É preciso "lavar a roupa suja fora de casa", em uma comissão de investigação, e abrir uma reflexão ética, disse Tarso. Ele acrescentou que pretende incorporar ao processo de decisão do PT todas as correntes internas, incluindo a ala mais à esquerda, que "estava marginalizada".
As informações são da agência EFE.
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