O ex-presidente dos Correios Airton Dipp afirmou há pouco que a Secretaria de Comunicação de Governo (Secom), comandada por Luiz Gushiken, indicou a maioria dos integrantes da comissão de licitação da estatal que teve a agência SMP&B entre as três vencedoras, em meados de 2003. Dipp informou, em depoimendo na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, que a Secom participava de todos os contratos de patrocínio cujo valor superasse R$ 50 mil.

Dipp disse aos integrantes da CPI que não conhecia a agência SMP&B nem o seu proprietário, Marcos Valério Fernandes de Souza. Contudo, o ex-presidente dos Correios afirmou que a licitação para contratar agências de publicidade para a estatal foi uma opção da Diretoria de Marketing da empresa, que não quis prorrogar os contratos vigentes em 2003.

O depoente citou que uma das três agências que venceram a licitação em 2002 rescindiu o contrato. Esse fato teria influenciado a decisão de realizar nova licitação.

No início de seus esclarecimentos, o ex-presidente da estatal afirmou que foi indicado para o cargo pelo ex-ministro das Comunicações e atual deputado Miro Teixeira (PT-RJ), na época filiado ao PDT. Ao assumir o cargo, Dipp lembrou que indicou o diretor-financeiro e o diretor de licitação da estatal. As outras quatro diretorias teriam sido preenchidas por pessoas indicadas por outros órgãos do governo federal.

O relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), indagou o depoente sobre uma denúncia de que existiria um excesso de sindicalistas indicados para as diretorias regionais dos Correios. Dipp refutou essa hipótese e afirmou que esses cargos eram ocupados por funcionários de carreira.

As informações são da Agência Câmara.