Está aberta a temporada de caça às estrelas do PTB no Rio Grande do Sul. Depois das denúncias contra o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, e o conseqüente desconforto provocado nos líderes gaúchos da sigla, pelo menos dois partidos se candidataram a receber a tropa trabalhista em caso de desfiliação: PPS e PDT.

As negociações preliminares estão ocorrendo há uma semana e são confirmadas pelo deputado federal Nelson Proença, presidente estadual do PPS.

– A casa do PTB estava desabando e nós fomos lá e dissemos: vocês são sérios, corretos, se vocês quiserem vir, a nossa casa está à disposição.

Os líderes do PTB tratam o assunto ainda como hipótese remota, mas dão sinais de que podem deixar o partido se Jefferson continuar no comando.

– Isso (a saída no caso de permanência de Jefferson) pode começar. Não há sombra de dúvida. Sei de alguns companheiros nossos que cogitaram esta possibilidade, mas pedimos que não se tratasse disso de forma coletiva – afirmou o presidente estadual do PTB, Claudio Manfroi.

O futuro dos integrantes do partido no Estado passa por uma reunião que acontece nesta segunda, dia 6, quando parte da executiva nacional pedirá a renúncia de Jefferson da presidência da sigla. O grupo, que reúne o senador Sérgio Zambiasi, vice-presidente nacional do PTB, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, e o secretário-geral da sigla, Luiz Antonio Fleury Filho, também pedirá que todos os filiados que ocupam cargos no governo federal peçam demissão.

– Estamos muito desconfortáveis. O PPS seria uma alternativa pela convivência que temos com os militantes, os políticos e os dirigentes no Rio Grande do Sul, pela própria eleição em Porto Alegre. Mas não existe nada de abandonarmos o PTB. Esta pode até ser uma possibilidade, mas seria a última das possibilidades – disse Manfroi.

Caso os petebistas escolhessem o PDT como destino, garantiu Cherini, encontrariam todas as condições de que já dispõem no próprio partido.

– Vamos oferecer o mesmo espaço, as mesmas possibilidades. Agora, num outro partido, não sei.

ALEXANDRE DE SANTI E CAROLINA CARVALHO/ZERO HORA