| 25/05/2005 19h50min
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quarta, dia 25, um conjunto de medidas de apoio aos agricultores cujas lavouras foram prejudicadas pela estiagem. A informação foi divuulgada pelo secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin.
Foi aprovada a criação de uma linha de crédito para fortalecer o capital de giro e ampliar os recursos para custeio das cooperativas de produtores rurais localizadas em municípios atingidos pela seca na região Sul. O mecanismo para que os bancos possam financiar as cooperativas é a integralização das cotas pelos produtores dentro do Sistema Nacional de Crédito Rural, o que não era permitido.
Ivan Wedekin explicou que empréstimo será concedido ao produtor, de forma que ele viabilize o aumento do capital de giro da cooperativa e, conseqüentemente, a cooperativa tenha mais recursos para financiar o custeio.
– É uma operação estruturada. A cooperativa tem que negociar a adesão com os produtores.
O secretário explicou que o limite do empréstimo tem como base as dívidas que as cooperativas têm com os fornecedores de insumos.
As fontes da nova linha de crédito são as exigibilidades bancárias (25% dos depósitos à vista) a juros de 8,75% ao ano, e da poupança rural, com recursos livres dos bancos. A contratação do financiamento vai até 31/10/2005 e o prazo da operação é de três anos, sendo dois anos para pagamento e um ano de carência.
Outra medida aprovada pelo CMN foi a inclusão dos bancos cooperativos (Bancoob e Bansicred) nos financiamentos de custeio do Proger Rural, nas mesmas condições aprovadas em março para os produtores que registraram prejuízos com a estiagem e tiveram suas dívidas prorrogadas.
– O potencial de prorrogação dos bancos cooperativos é de R$ 90 milhões – informou Wedekin.
O conselho também aprovou o aumento dos recursos do Moderagro da safra 2004/2005. O montante de recursos destinados ao programa de recuperação de solos e renovação de pastagens passou de R$ 900 milhões para R$ 1,046 bilhão. Os recursos do Prodeagro (que financia a apicultura, aqüicultura, avicultura, floricultura, ovinocaprinocultura, pecuária leiteira, defesa animal, sericicultura, suinocultura e ranicultura) também foram ampliados de R$ 200 milhões para R$ 300 milhões.
– Estes dois programas estavam batendo na trave em relação aos limites alocados no ano passado – comentou o secretário de Política Agrícola do ministério. Ele informou que de julho de 2004 a abril de 2005 foram liberados R$ 935 milhões para o Moderagro e R$ 221 milhões para o Prodeagro.
– Ou seja, estavam acima do limite – acrescentou Wedekin.
O secretário explicou que para elevar os recursos dos dois programas houve um remanejamento das verbas destinadas ao Prodecoop (destinado à modernização das cooperativas) e ao Prodefruta (de desenvolvimento da fruticultura). O volume disponibilizado para o Prodecoop na safra 2004/2005 foi de R$ 553 milhões, mas só foram aplicados até agora (julho/2004 a abril/2005) R$ 243 milhões.
– Este valor equivale a 44% da meta, mas representa um aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano anterior – ressaltou Wedekin.
Para o Prodefruta foram destinados R$ 200 milhões na safra 2004/2005 e aplicados até agora R$ 63 milhões.
O CMN também estendeu para 29 de julho o prazo para que os produtores solicitem junto aos bancos a prorrogação das dívidas de investimento. O prazo para habilitação era abril e maio. A Secretaria de Política Agrícola estima que o valor potencial em empréstimos para investimentos é de R$ 3 bilhões.
As informações são do Ministério da Agricultura.
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