A missão militar da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti precisa de mais 750 soldados e 275 policiais para garantir a realização de eleições livres e justas neste ano no conturbado país caribenho, disse na sexta, dia 20, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Embora nos últimos meses a missão liderada pelo Brasil tenha conseguido restituir parte da ordem, não há contingente suficiente para reagir efetivamente a um eventual aumento da violência ou a desordens civis, disse Annan em relatório ao Conselho de Segurança.

Ele defendeu que o mandato da missão seja prorrogado durante um ano, e não pelo prazo habitual de seis meses, a fim de garantir uma segurança adequada durante toda a campanha eleitoral. O atual mandato expira no final deste mês.

No dia 9 de outubro, o Haiti realiza eleições municipais. Em 13 de novembro, ocorre a eleição parlamentar e presidencial, com segundo turno, se necessário, em 18 de dezembro.

Essas eleições servirão para substituir o governo interino formado há 14 meses, depois que uma rebelião e a pressão internacional levaram à fuga de Jean-Bertrand Aristide, último presidente eleito do Haiti.

Nem as autoridades interinas nem a força da ONU conseguiram estabilizar o país desde a fuga de Aristide, em fevereiro de 2004.

As propostas de Annan foram feitas depois de uma visita de membros do Conselho de Segurança ao Haiti, em abril, numa viagem marcada por incidentes violentos nas ruas da capital.

Annan disse que, além dos 750 soldados a mais, a força da ONU deveria receber mais 50 oficiais, que atuariam como força de reação rápida em caso de crises, por exemplo, provocadas pela ação de gangues em Cité Soleil, a favela mais violenta de Porto Príncipe.

Além disso, 250 policiais e 25 oficiais de polícia ajudariam a treinar a polícia local e ajudariam a controlar multidões e outros possíveis distúrbios decorrentes da campanha eleitoral e da divulgação dos resultados.

Essas ampliações elevariam de 6.700 para 7.500 o número de militares estrangeiros e de 1.622 para 1.897 a quantidade de policiais da ONU no Haiti, segundo Annan.

As informações são da agência Reuters.