| 17/05/2005 16h59min
O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, classificou, nesta terça, dia 17, como "gravíssima" a conduta do chefe de Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. O funcionário é acusado de participar de um esquema de corrupção para direcionar processos de licitação na empresa pública.
– Se há um dinheiro, a foto é ele com a mão no dinheiro, isso é gravíssimo, é comprometer a função pública. Temos que lutar nesse país para mostrar que vale a pena ser honesto, que você como servidor público tem que ter amor no trato da coisa pública – avaliou, durante a saída do 1º Seminário Ministério Público para Jornalistas, na Escola Superior do Ministério Público da União.
Em gravação divulgada pela imprensa, Marinho cita o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ) e diz que ele tem conhecimento das atividades de favorecimento ilícito. Por ser parlamentar, Jefferson só pode ser investigado pelo procurador-geral da República.
– Ainda não tive acesso a nada, mas se, na coleta de depoimentos, a Polícia Federal e os procuradores da República caracterizarem o envolvimento do deputado, quem avalia a conduta dele sou eu – explicou Fonteles, que durante o encerramento do seminário fez balanço dos quase dois anos à frente do Ministério Público da União.
Contrário à recondução ao cargo, ele deixará a procuradoria-geral no dia 30 de junho deste ano. Para Fonteles, durante a sua gestão, o Ministério Público passou de um período de voluntarismo para um ciclo de maturidade institucional:
– Procurei abrir um forte processo de diálogo. Visitei quase todas as unidades regionais. Só falta Alagoas. Penso que o líder tem que mostrar a cara dele para ser julgado e, só depois, seguido.
Há 30 anos no Ministério Público Federal, Fonteles acredita que o Brasil avançou no conceito de cidadania, até pouco restrito no ato de votar. Na opinião dele, agora, o cidadão já sabe dizer "alto lá", reclamar da construção uma represa na sua região ou até mesmo de um administrador corrupto na prefeitura.
– Acho até que o jornalismo e o Ministério Público hoje têm uma identidade. Os jornalistas são os olhos da sociedade e, nós, a voz para questionar – afirmou.
As informações são da Agencia Brasil.
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