| 13/05/2005 13h19min
Os Estados Unidos disseram nesta sexta, dia 13, que não estão convencidos sobre a necessidade de agir rapidamente a fim de combater as mudanças climáticas. As declarações alimentaram temores entre os ambientalistas de que uma cúpula convocada para julho a respeito do assunto não trará avanços concretos. Harlan Watson, negociador chefe do presidente norte-americano, George W. Bush, para as mudanças climáticas, disse rádio BBC:
– Há um acordo geral de que há muito que já se sabe, mas também de que há muito sobre o que pesquisar.
A declaração aparece menos de dois meses antes da cúpula do G-8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) em que se dará destaque às mudanças no clima do planeta. Katherine Pearce, membro do grupo Amigos da Terra, disse que a notícia expunha o conflito intenso travado a portas fechadas atualmente no cenário mundial.
– Todos sabem que, longe dos microfones, os negociadores norte-americanos dizem não estar convencidos sobre a necessidade de agir. Mas o fato de Harlan Watson dizer isso abertamente, hoje, é algo realmente devastador – afirmou.
Cientistas advertiram que o mundo pode esquentar em até 2ºC até o final do século, aumentando as chances de que haja mais secas e enchentes e de que o nível dos oceanos eleve-se, colocando milhões de vidas em perigo. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, que ocupa a presidência rotativa do G-8 neste ano, diz que as mudanças no clima estão acontecendo e que elas são intensificadas por atividades humanas como o uso de veículos automotores e a produção de energia.
Blair deseja que a cúpula do grupo em julho, prevista para acontecer na Escócia, elabore um projeto de plano de ação. Mas os EUA, que não assinaram o Protocolo de Kyoto (no qual se prevêem cortes na emissão de gases que causam o efeito estufa), recusam-se a concordar com tal postura. Para piorar o cenário – ao menos do ponto de vista dos ambientalistas –, a energia nuclear voltou a ser tratada como uma opção real, pois seria "limpa" e ofereceria uma solução rápida para o problema.
O pacto de Kyoto é o primeiro plano com força de lei no combate s mudanças climáticas. Ele exige que os países desenvolvidos, entre 2008 e 2012, cortem as emissões de gases do efeito estufa para 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990. Os norte-americanos são responsáveis por quase um quarto das emissões de gases causadores do efeito estufa do mundo.
As informações são da agência Reuters.
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