| 12/04/2005 19h12min
O corregedor-geral da Receita Federal, Moacir Leão, anunciou na tarde desta terça, dia 12, a participação de pelo menos seis funcionários da instituição no golpe de mais de R$ 1,5 bilhão descoberto pela Polícia Federal. Entre eles estão cinco gaúchos.
Leão disse que os servidores não foram afastados, mas suas senhas de acesso ao sistema foram bloqueadas. Conforme o corregedor, os funcionários forneciam dados fiscais sigilosos de contribuintes à quadrilha que negociava créditos tributários inexistentes.
Eles também anulavam débitos fiscais de maneira fraudulenta. Leão não descartou envolvimento dos suspeitos na venda de cadastros da receita federal, revelada pela Rádio Gaúcha há duas semanas. Os servidores poderão ser demitidos e responder processo por improbidade administrativa e crimes contra a ordem tributária.
A Polícia Federal abriu, na tarde desta terça, dezenas de malotes apreendidos na Operação Tanto. Num deles, localizado em São Paulo, na casa do suposto advogado Rene Cabral, foram encontradas dezenas de esmeraldas. O valor em pedras preciosas não foi calculado. Os policiais também encontraram documentos, US$ 40 mil, R$ 190 mil, além de computadores.
Um dos detidos foi ouvido, mas a polícia não revelou detalhes. Nove detidos estão no Presídio Central, os demais seguem sob custódia na sede da Polícia Federal.
Treze pessoas foram presas em cinco Estados brasileiros e no Distrito ederal, envolvidas com as fraudes. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Federal, foram presos em Porto Alegre o líder da quadrilha, o argentino César Arrieta, Roberto Fabrim, a mulher de Arrieta, a advogada tributarista Sônia Soder.
No Rio de Janeiro, a polícia prendeu Sigfriend Franz Griesbach e Paulo Renato Primo. Em Brasília, foram presos Rosa Habibe, Levi Soares e Luiz de Almeida Abadie, deputado estadual no Rio Grande do Sul na década de 80 e ex-presidente do Banrisul. Em São Paulo, estão presos Márcio Pavan e René Cabral e em Araçatuba (SP), Marcelo Batista e Ricardo Godoy. Em João Pessoa, Fábio Magno Fernandes. A operação é comandada pelo delegado Alexandre Isbarrola, titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros.
As investigações começaram a ser realizadas em 2002 pelo Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, em Santa Maria, no interior do Estado. Na época, um grupo liderado por Arrieta encaminhou pedido de restituição de R$ 75 milhões, quantia considerada muito elevada para o porte da cidade.
Com informações da Rádio Gaúcha e Agência Brasil.
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