Quinze horas depois da morte do papa João Paulo II, seu corpo foi posto em exposição. As imagens foram transmitidas para milhões de pessoas de todo o mundo. Com vestimenta carmesim e branca e um chapéu tradicional de bispo, ele foi exposto em um altar na sala de afrescos do Vaticano onde já foram recebidos líderes mundiais. A face do Papa parecia ao mesmo tempo serena e dolorida, mostrando os sinais do sofrimento físico que o atingiu nos últimas dias de vida.

Assessores pessoais, cardeais, bispos, freiras, dignatários e funcionários do Vaticano passaram na frente do homem a quem serviram e amaram durante mais de um quarto de século. Cantos gregorianos e orações latinas soavam na Sala Clementina, abaixo dos apartamentos onde o papa morreu na noite de sábado (tarde de sábado pelo horário de Brasília).

– Agradecemos a você, Deus, pelas boas coisas que deu à  Igreja através dele e imploramos sua clemência pelas falhas que nosso pastor cometeu por causa de sua fragilidade humana – dizia uma das orações. – Ó Deus da misericórdia, nosso papa João Paulo II recebeu a luz da fé enquanto viveu na terra. Agora ele está indo a você. Volte seu olhar em direção e ele e permita que, ao lado dos santos, entre na beatitude da luz eterna.

A cabeça do Papa está encostada em travesseiros e sua cruz de prata pastoral posicionada sobre o braço. Um rosário de madeira foi colocado em suas mãos. O corpo foi abençoado com água benta.

O corpo será levado para a Basílica de São Pedro para visitação pública por volta das 17h de segunda-feira (12h de Brasília).

Os assessores mais próximos do papa, incluindo seu secretário particular, o arcebispo Stanislaw Dziwisz, que esteve ao seu lado durante mais de quatro décadas, e as freiras que cuidavam do seu apartamento, estão sentados em bancos do lado esquerdo do papa.

Dois guardas suíços, protetores cerimoniais dos papas, estão ao lado do corpo, como faziam quando ele lia discursos para líderes mundiais no mesmo ponto da sala.

Cardeais, bispos e outros representantes, incluindo o presidente e o primeiro-ministro da Itália, passaram pelo corpo. Eles fizeram o sinal da cruz e saíram em silêncio.