| 31/03/2005 21h36min
A infecção urinária que aflige o papa João Paulo II nesta quinta, 31, pode ter se espalhando pela sua corrente sanguínea, quadro potencialmente letal, especialmente pela fragilidade do Pontífice, de 84 anos, disseram especialistas em medicina.
Os médicos afirmaram que o anúncio do Vaticano dizendo que o papa estava sofrendo de uma febre muito alta era um indicativo de bacteremia, uma condição que ocorre quando bactérias na urina entram na corrente sanguínea, provocando febre e uma perigosa queda na pressão. A infecção do Papa estava sendo combatida com antibióticos, informou o Vaticano.
– Parece grave, mas é um quadro tratável, presumindo-se que a infecção seja sensível a antibióticos, disse o geriatra Dan Brauner da Univerdidade de Chicago.
A imprensa italiana reportou que o Papa recebeu o sacramento católico de untar com óleo o doente, um sinal da séria deterioração em seu precário estado de saúde.
Em homens idosos, a próstata geralmente aumenta de tamanho e o excesso de urina é retido no corpo, aumentando os riscos de infecção que pode então se espalhar, afirmou Brauner.
– A infecção pode se transformar em septicemia – isso pode se espalhar pela corrente sanguínea e por outras partes do corpo, disse David Charles, neurologista do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, no Estado norte-americano do Tennessee.
– Quando alguém tem Mal de Parkinson avançado corre o risco de infecções oportunistas por causa de sua condição debilitada. Muitos morrem por alguma outra condição aguda, seja peneumonia ou infecção urinária, afirmou Charles.
Desde 24 de fevereiro João Paulo II tem usado um tubo de respiração, chamado de cânula, em sua garganta. O tubo de alimentação inserido na última quarta, 30, por meio do nariz do Papa deveria estar fornecendo a ele nutrição e hidratação suficientes, de modo que é improvável que ele esteja sofrendo de desidratação, acrescendou o especialista.
As informações são da agência Reuters.
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