| 11/10/2001 10h38min
O economista gaúcho Larry Pinto de Faria Júnior (foto), 43 anos, que estava 25º andar da torre norte do World Trade Center, em Nova York, afirmou em entrevista ao clicRBS que voltaria a morar nos Estados Unidos. Casado, pai de dois filhos, Larry disse que sua vida mudou completamente desde os atentados do dia 11 de setembro. Morando provisoriamente num hotel em São Paulo, o economista ressaltou que só voltou ao trabalho na última terça-feira, devido aos problemas enfrentado na transferência para Brasil. clicRBS: Faz um mês desde o ataque ao World Trade Center? Como o senhor avalia hoje o que sofreu? Larry Pinto de Faria Júnior: A vida de todos nós mudou muito. A minha vida mudou muito. Eu estava tranqüilo em Nova York trabalhando e estou agora em São Paulo, numa situação temporária. Estou tentando reconstruir o que a gente tinha lá em Nova York. clicRBS: Faz diferença estar agora no Brasil? O senhor voltaria aos Estados Unidos? Larry: Sim, eu voltaria aos Estados Unidos. O momento é difícil em função da resposta americana ao Afeganistão, e a possibilidade e um temor de um contra-ataque terrorista. Mas eu acredito que a situação lá é bastante segura. Não teria muito problema. clicRBS: O senhor sente medo de alguma coisa hoje, como andar de avião? Larry: Não, estou tranqüilo. Eu estava na torre que foi atingida pelo avião da American Airlines na terça-feira. No domingo, eu peguei o segundo vôo da American Airlines que teve para o Brasil, sem problema nenhum, sem trauma. clicRBS: O que mudou na sua rotina em função do ataque ao WTC? Larry: Mudou totalmente. Eu tinha uma vida totalmente tranqüila. A gente tinha lá uma vida normal, e essa rotina foi quebrada. Eu estou com meu apartamento montado lá, estou provisoriamente aqui, morando em hotel. Nós ficamos um mês sem trabalhar. Começamos a trabalhar apenas na última terça-feira. Então, uma indefinição muito grande. Não sei se fico aqui temporariamente, não sei se vou morar em São Paulo para sempre. clicRBS: Como vítima do ataque ao WTC, como o senhor avalia os bombardeios ao Afeganistão? Larry: Acho de pouca eficácia. Acho que é um combate ao terrorismo, não é um combate ao povo afegão. Mas, que quem fez isso tem que pagar. É uma questão estratégica, militar avaliar se esses ataques estão sendo produtivos na busca pelos culpados, de se fazer justiça, ou é uma atitude para apaziguar opinião pública americana. • Saiba mais em reportagens especiais, entrevistas e artigos de ZH • Os pontos atingidos no Afeganistão
MÁRCIO GOMESGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.