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 | 05/03/2005 16h55min

Lula deve iniciar reforma ministerial nos próximos dias

Ala gaúcha no governo poderá ter cortes

A reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desencadeará nos próximos dias será um espelho dos palanques que o PT pretende montar nos Estados para a eleição de 2006. O assunto pautou as conversas na reunião da executiva do PT, em São Paulo, na sexta-feira. A cúpula está fechada com Lula: vê com naturalidade a abertura de mais espaço ao PMDB e ao PP, desde que os postos-chave continuem nas mãos do partido.

No entanto, desde que perdeu a disputa pela presidência da Câmara, o PT busca compensações. Quer ficar com o Ministério da Coordenação Política, hoje nas mãos do de Aldo Rebelo (PC do B), sob o argumento de que precisa negociar as alianças nos Estados em 2006. Rebelo, porém, goza da confiança de Lula e poderá ser deslocado para outra pasta.

A ala gaúcha poderá encolher. Na corda bamba desde a primeira reforma, o ministro das Cidades, Olívio Dutra, continua sendo um dos visados. Seu ministério é estratégico às vésperas das eleições - por lidar com liberação de verbas para municípios de todo o país - e, por isso, alvo de cobiça do PMDB.

Mas a maior pressão entre os gaúchos hoje é vivida por Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário. Rossetto, que não conseguiu cumprir a meta de assentamentos prevista para 2004, teve o orçamento de sua pasta enxugado em cerca de R$ 2 bilhões em 2005 e não hesitou em criticar a postura do governo.

A reação chegou aos movimentos sociais e à ala esquerda do PT, que sugeriram a demissão de Rossetto como forma de protesto. Há quem diga que Lula anunciou o exagerado corte para obrigar Rossetto a apresentar as contas.

Com informações do jornal Zero Hora e da repórter Letícia Sander, Agência RBS/Brasília.


 
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