| 17/02/2005 16h49min
O papa João Paulo II e o roqueiro Bono Vox estão entre os 166 indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2005, sendo que os grupos humanitários que ajudam vítimas da tsunami no Oceano Índico estão entre os favoritos.
– Recebemos 166 indicações até agora, 29 das quais para organizações. O espectro geográfico é grande – disse o diretor do Instituto Norueguês do Nobel, Geir Lundestad.
Como de costume, Lundestad não forneceu os nomes dos candidatos ao prêmio, que no ano passado foi concedido à queniana Wangari Maathai, que dirige um movimento que promove o plantio de árvores e foi a primeira ambientalista a receber o Nobel. Alguns nomes foram divulgados reservadamente pelas pessoas que os indicaram. Um deles é o do ex-secretário de Estado norte-americano Colin Powell.
Mas muitos observadores do Nobel acreditam que o prêmio de 2005 será dado a um indivíduo ou organização envolvidos com o esforço de ajuda às vítimas da devastadora tsunami de 26 de dezembro, como as organizações Oxfam ou Save the Children. Entre outros grupos de assistência, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha já recebeu o prêmio em três ocasiões (1963, 1944 e 1917). Mais recentemente, em 1999, o Nobel da Paz foi dado à organização Médicos Sem Fronteiras.
O prazo final para a indicação de nomes aos prêmios foi em 1º de fevereiro. Entre os que podem fazer indicações estão parlamentares, ex-laureados com o Nobel e alguns professores universitários. O prêmio tem seu nome em memória do sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.
O ganhador do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,43 milhão) será anunciado em outubro. O prêmio será entregue em 10 de dezembro. No ano passado, o comitê do Nobel ampliou a interpretação que faz da paz, ao escolher uma ambientalista. Outra escolha pouco ortodoxa seria a de um músico – como Bono, vocalista do grupo pop irlandês U2, ou o indiano Ravi Shankar, mestre da cítara.
Uma organização citada na lista e que atua em uma área mais tradicional é a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês), que faz o combate às armas nucleares. Vale lembrar que 2005 marca o 60º aniversário do bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki. O papa, que já foi nomeado várias vezes, é um candidato visto como tendo poucas chances de ganhar. Acredita-se que o comitê de cinco integrantes que escolhe os premiados faz objeção a seus ensinamentos morais conservadores, que incluem a oposição à contracepção.
Outros indicados são o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, por sua participação na chamada Revolução Laranja de seu país, o ex-presidente tcheco Vaclav Havel e o grupo Mulheres pelo Prêmio Nobel da Paz 2005, que quer que o prêmio seja dividido entre mil mulheres em todo o mundo. O número de indicações ainda pode aumentar, já que algumas podem chegar com atraso, mesmo tendo sido postas no correio até 1º de fevereiro. Além disso, na primeira reunião que fazem depois do prazo, os integrantes do comitê têm o direito de fazer indicações próprias. No ano passado, o número de indicações foi recorde: 194.
As informações são da agência Reuters.
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