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O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP), propôs, nesta terça, dia 14, o indiciamento de 91 pessoas. Os resultados da CPMI serão encaminhados ao Ministério Público para que as investigações possam prosseguir.
– Apenas os casos onde há indícios consistentes, com provas de irregularidades, fazem parte do relatório – disse Mentor.
O parlamentar citou o ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco como um dos principais responsáveis por irregularidades financeiras identificadas pela comissão, criada para investigar a evasão de US$ 30 bilhões no período de 1996 a 2003. José Mentor lembrou que houve uma surpreendente facilidade durante sob a gestão de Franco "para burlar normas" e que o Banco Central chegou a comunicar as irregularidades ao Ministério Público.
No entanto, o banco manteve normas legais que foram contornadas para saída de divisas. Gustavo Franco foi indiciado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com suspeitas de irregularidades em autorizações especiais concedidas para bancos sediados em Foz do Iguaçu no Paraná.
O relatório de mais de 600 páginas apresentado nesta terça por Mentor excluiu o nome de Paulo Maluf. O ex-prefeito de São Paulo não faz parte da lista de indiciados, que inclui, entretanto, o também ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
O deputado não quis dizer o número de políticos que estão envolvidos nas irregularidades. Segundo ele, nos últimos cinco dias, alguns documentos foram apresentados, o que inviabiliza a divulgação agora do número de políticos envolvidos. Somente no relatório final, o deputado pretende fazer as denúncias.
José Mentor informou que foram investigadas 1,60 milhão de operações financeiras, envolvendo de 500 a 600 mil pessoas. Na opinião do deputado, até março deste ano, a comissão conseguiu trabalhar de maneira apartidária, mas, depois deste mês, a influência política se "exarcebou".
O presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB), informou que os parlamentares têm até domingo para apresentar emendas ao relatório, para que o texto seja votado na próxima terça, dia 21.
As informações são da agência Brasil.
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