A região Sul está mobilizada para começar uma manifestação se a licença ambiental para a duplicação do trecho Sul da BR-101 não sair até o dia 14. A afirmação é do deputado estadual Manoel Motta (PMDB), durante audiência pública realizada na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, que reuniu ontem representantes do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), da Fundação do Meio Ambiente do Estado (Fatma), dos índios Guarani, entre outros. – Nos últimos cinco anos mais de mil pessoas perderam suas vidas em acidentes naquele trecho – justifica o deputado ao cobrar urgência no processo de duplicação. Se a licença ambiental, que permite o andamento dos trabalhos, não sair na próxima semana, os parlamentares do Sul ameaçam mobilizar a população para o fechamento da BR-101. A audiência foi marcada pelos parlamentares porque a tribo indígena Guarani, localizada no Morro dos Cavalos em Palhoça, pediu esclarecimentos sobre o novo projeto para o lote dois, que prevê a construção de dois viadutos. O engenheiro do DNER, Cesar Augusto Flores, reafirmou que a construção do túnel seria a alternativa mais viável, mas esbarra na Constituição que garante o direito dos índios em permanecerem no local. Depois que todos os representantes dos órgãos falaram o cacique da tribo Guarani, Darci Gimenes, fez um desabafo. – Estamos cansados de ser tratados como empecilho para esta obra, nunca fomos contra a duplicação. Se estamos morando nas margens da BR-101 é porque não temos outra aldeia para morar. Só queremos respeito e uma terra produtiva para viver – comentou. – Quando as propriedades não são particulares, elas pertecem ao Estado, então cadê o nosso espaço? – questionou no encerramento da audiência.