A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou nesta quarta, dia 25, as estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado dos municípios do Rio Grande do Sul, para o ano de 2002.

Os 10 maiores municípios do Estado de acordo com o PIB total representavam, em 2002, 38,28% do PIB e 31,73% da população do Estado. Estes municípios são, essencialmente, não agrícolas, isto é, em nenhum deles a maior parte da renda é gerada na agropecuária. Com exceção de Porto Alegre e Pelotas, os demais municípios são industriais. Entre os 100 maiores, apenas sete são municípios agrícolas, enquanto 46 são industriais. Destacam-se os crescimentos de Triunfo (21,0%), Bento Gonçalves (7,6%) e Gravataí (6,7%) e as quedas de Canoas (-10,7%) e Rio Grande (-7,8%).

Os municípios que concentram os melhores resultados em relação ao PIB per capta são relativamente pequenos, com menos de 26 mil habitantes, e abrangem apenas 6,24% do PIB e 1,03% da população do Estado. Entre os 10 maiores, oito são municípios industriais (Triunfo, Nova Bassano, Nova Esperança do Sul, São Vendelino, Fagundes Varela, Portão, Horizontina e Nova Prata), enquanto os dois restantes, Muitos Capões e Nova Pádua, são municípios agrícolas. Com exceção de Nova Pádua, todos tiveram crescimentos expressivos em seus PIB per capita em 2002.

Entre os 10 maiores no setor agrícola, destaca-se Caxias do Sul, um dos maiores municípios do Estado, tanto na ótica da população (segundo no Estado, com 3,60%) como na do VAB da indústria (terceiro no Estado, com 7,59%), na do VAB de serviços (terceiro, com 4,17%) e na do PIB (terceiro, com 5,19%). Na ótica do crescimento do setor, destacaram-se Uruguaiana (17,6%), Venâncio Aires (12,2%) e Itaqui (12,0%). Alegrete, a quarta posição entre os destaques agrícolas, acusou expressiva queda (-9,5%).

Já entre os 10 maiores da indústria, com exceção de Campo Bom (16º), todos estão na lista dos 10 maiores segundo o critério do PIB total e, com exceção de Porto Alegre, têm um PIB per capita superior ao do Estado. Desse conjunto, apenas três apresentaram desempenhos positivos expressivos em relação a 2001: Triunfo (21,7%), Bento Gonçalves (9,8%) e Gravataí (7,8%). Os demais acusaram queda na indústria, com Campo Bom apresentando o pior desempenho (-15,2%).

No setor de serviços, os 10 maiores excetuando-se Santa Maria (13º), Passo Fundo (12º) e São Leopoldo (11º), os demais pertencem à lista dos 10 maiores segundo o PIB total. Esses são municípios não agrícolas, com a maior parte do VAB sendo gerada na indústria (Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Gravataí e Rio Grande) ou em serviços (Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo e São Leopoldo). Observa-se que, em todos os municípios com a maior parte da renda gerada no setor serviços, o PIB per capita é inferior ao do Estado, enquanto, em todos os demais, se constata o inverso. Destacam-se os crescimentos de Novo Hamburgo (5,7%), Gravataí (4,6%) e Passo Fundo (4,0%) e a redução de Canoas (-14,3%).

A Fee divulgou ainda o PIB total e per capita dos municípios com mais de 100 mil habitantes. Esses municípios são responsáveis por 41,87% do PIB e 45,42% da população do Estado. Nesse conjunto, podem-se distinguir dois grupos segundo a estrutura produtiva: municípios industriais, com a maior parte da renda gerada na indústria (Caxias do Sul, Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Rio Grande, Sapucaia do Sul e Santa Cruz do Sul); e municípios com o setor serviços responsável pela maior parte do VAB (Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, Viamão, São Leopoldo, Alvorada, Passo Fundo, Uruguaiana, Bagé e Cachoerinha).

Os dados estão organizados em quatro setores de atividade: agropecuária, indústria, comércio e demais serviços (alojamento e alimentação, transportes e armazenagem, comunicações, intermediação financeira, aluguéis, administração pública, saúde e educação mercantis, outros serviços e serviços domésticos).

O Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços básicos é calculado para cada setor de atividade, enquanto o PIB é calculado apenas para o total do município. Neste ano, também estão sendo divulgados os índices de volume setoriais, resultantes do cálculo do PIB dos municípios a preços constantes.

Com informações da FEE.