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Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feito a partir dos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de março de 2004 destaca que é bastante diferenciada a situação dos brancos e dos pretos ou pardos em relação ao mercado de trabalho em todo o Brasil.
Em março de 2004, a população em idade ativa (PIA) das seis Regiões Metropolitanas investigadas pela PME era composta por 56,5% de pessoas brancas, 33,9% pardas e 8,5% pretos. A população preta e parda foi analisada num conjunto único para comparação com a população branca.
De acordo com o IBGE, os brancos em idade ativa são maioria em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro (88,1% do total). Situação inversa foi detectada em Salvador e também em Recife, região metropolitana com a maior participação da população parda (69,4%) e a menor da população preta (2,9%).
Em março de 2004 havia cerca de 18,5 milhões de pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas investigadas, das quais 58% eram brancas e 40,8% pretas ou pardas, refletindo a maioria branca da PIA. No entanto, na população desocupada deu-se o inverso: havia 49,2% de pessoas brancas e 50,4% de pessoas pretas ou pardas.
O instituto concluiu que os brancos participam mais do mercado de trabalho pois, no total das seis Regiões Metropolitanas, a taxa de atividade para os brancos (57,5%) foi ligeiramente superior à da população preta ou parda (56,5%). Desagregando-se as taxas, verificou-se que, entre os brancos, 51,2% eram ocupados e 6,4% desocupados, enquanto entre os pretos ou pardos a proporção de ocupados era menor (47,9%) e a de desocupados maior (8,7%) que a dos brancos.
O número médio de anos de estudo completos para a população branca ocupada chegou a 9,8, enquanto o dos pretos ou pardos foi 7,7. Também entre os desocupados, a população branca mostrou maior média de anos de estudo (9,5) completos do que a população preta ou parda (8). O mesmo se deu em todas as seis regiões metropolitanas, sendo Salvador a que apresentou maior diferença (3,5 anos) de escolaridade entre brancos e pretos.
As diferenças também são observadas na inserção no mercado com carteira assinada (41% dos brancos ativos e 37,5% dos pretos ou pardos). Os pretos e pardos ainda apresentaram as maiores concentrações entre os trabalhadores por conta própria e os empregados sem carteira de trabalho no setor privado.
Pretos ou pardos recebiam habitualmente, por hora trabalhada (R$ 3,18/hora), menos do que os brancos (R$ 6,52/hora). A maior diferença entre esses rendimentos foi detectada em Salvador, onde mais de 80% dos trabalhadores são pretos ou pardos. Lá, os brancos recebiam R$ 9,69/hora e os pretos ou pardos, R$ 3,39/hora.
Os homens brancos recebiam em março mais (R$ 7,16/hora) do que os pardos (R$ 3,45/hora) e estes, por sua vez, recebiam menos do que as mulheres brancas (R$ 5,69/hora). As mulheres pardas ou pretas apresentaram os menores rendimento/hora (R$ 2,78/hora). Chama a atenção que na faixa de até 2 salários mínimos por mês estavam 63,9% dos pretos ou pardos, contra 39,2% dos brancos ocupados. Na faixa dos 10 salários mínimos ou mais, estavam 10,6% dos ocupados brancos, contra apenas 1,7% de pretos ou pardos.
O rendimento dos ocupados brancos era, em média, duas vezes (R$ 1.096) o dos pretos ou pardos (R$ 535). Em Salvador, região com diferença salarial mais acentuada, os brancos chegavam a receber 2,8 vezes mais.
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